A mudança no Ministério da Minas e Energia é uma resposta imediata do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste do diesel anunciado pela Petrobras há dois dias, mas troca vai mais além de uma resposta política a seus apoiadores – em especial os caminhoneiros.
Bolsonaro quer uma forma de o governo segurar reajustes da petroleira, que considera abusivos, de acordo com auxiliares de Bolsonaro ouvidos pelo blog.
O presidente vem conversando com auxiliares sobre centrar fogo contra a Petrobras no Cade, onde já há dois inquéritos administrativos que questionam supostos abusos da empresa no mercado de combustíveis.
O novo ministro, Adolfo Sachsida, é um dos mais ferrenhos bolsonaristas da esplanada. Estava na equipe que desenvolvia um plano econômico para um governo do então candidato Jair Bolsonaro antes mesmo de Paulo Guedes entrar para o time, em 2018.
Depois da eleição de Bolsonaro, Sachsida foi sondado para outros cargos no governo, mas quis ficar na Secretaria de Política Econômica.
Sua ida para o MME vai além de reagrupar a influência de Paulo Guedes no governo, pelo trânsito que o próprio Sachsida tem com o presidente. Doutor em economista, sachsida é um entusiasta das ideias de Guedes.
A escolha mostra Bolsonaro indicando auxiliares fiéis a ele e a suas ideias para cargos que considera chave para sua reeleição. O MME chegou a ser alvo do centrão no ano passado. Durante a CPI da Covid, que causou danos à imagem do governo, o centrão tentava negociar o cadeira de Bento Albuquerque com o MDB em troca de mais apoio na comissão do Senado. À época, Bolsonaro não cedeu.
Faz a troca agora por colocar na conta de Albuquerque a indicação do novo presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, e o que chama de falta de sensibilidade da petroleira com a situação econômica do país e os reajustes nos combustíveis.
Fonte: g1.globo.com