Após duas rodadas, Libertadores tem candidatos mais definidos

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Fechada a segunda rodada, alguns grupos já rascunham seus dois candidatos às oitavas. Outros, no entanto, permanecem indefinidos com três postulantes ao mata-mata.

Sob olhares atentos de Candonga Carreño, o CANTONA DE LOS ANDES, vamos pro nosso resumão da semana na Libertadores:

Grupo A – Vai ficar entre Palmeiras e Defensa, será?

Defensa y Justicia/ARG 3×0 Universitario/PER

O hipster Defensa y Justicia deu um passo importantíssimo para ser o outro classificado, junto com o Palmeiras. Mas só vamos ter essa certeza na semana que vem, quando receberá a visita dos brasileiros. Jogo muito bom do DyJ, principalmente de Walter Bou, autor de dois gols, um deles definindo de letra. Sebastián Beccacece, começou a montar times com três zagueiros quando estava no Racing antes da série mano a mano contra o Flamengo, ano passado. Ele decidiu manter essa ideia e agora o time encaixou, pegou gosto.

Palmeiras 5×0 Independiente Del Valle/EQU

Se tinha um time que estava precisando de uma vitória assim era o Palmeiras. Jogo praticamente perfeito do começo ao fim. Goleou com autoridade, também montado num esquema com três homens no fundo e muita liberdade para os laterais avançarem. Até fruto de toda essa eficácia verde nas funções dentro de campo, o Del Valle errou tudinho que tentou.

Dica: A reação do Del Valle em sua conta oficial após a goleada sofrida.

Grupo B – Internacional, Olimpia e Always Ready candidatos

Olimpia/PAR 2×1 Always Ready/BOL

Jogo muito bom na capital paraguaia que fechou a noite de quarta-feira. Mas o Always merecia melhor sorte. Vale destacar a ótima partida do brasileiro Vander Vieira, jogando como extremo esquerdo. Também merece distinção a entrega com e sem a bola do combativo atacante argentino Marcos Ovejero, esse VIDAL DE LOS NUESTROS. O time boliviano abriu a conta numa baita jogada de Arce, mas depois, na base do “vamos que somos nosotros“, o Olimpia empatou com Roque Santa Cruz (fundamental na vitória). Virou com Rirchard Ortíz num rebote dentro da área.

Internacional 4×0 Deportivo Táchira/VEN

O Internacional fez aquilo que dele se esperava e goleou. Construiu o placar ainda no comecinho e agora dá um alívio pro Miguel Ángel Ramírez trabalhar com a calma que tinha nos tempos de Del Valle. É claro que ele sabe, mas sempre é bom lembrar que agora, como técnico de time grande, tranquilidade é artigo de luxo. Importante o Internacional emplacar atento com a próxima rodada: recebe o Olimpia e nenhum dos dois tem gordura pra queimar já que perderam nas estreias. Duelo que pode definir o destino dos dois times no grupo ainda na terceira rodada.

Dica: O uniforme tigrado do Táchira tem sua explicação: inspirado no Peñarol, o clube mais influente da América do Sul.

Grupo C – Barcelona e Boca, ou Boca e Barcelona?

Barcelona/EQU 4×0 The Strongest/BOL

O campeão equatoriano vai disputar com o Boca a liderança do grupo, este cenário já é um pouco mais claro aqui. E pra quem viu o jogo contra o Strongest, sabe que a goleada SOMENTE por 4 a 0 ficou barata pelo volume de jogo apresentado. O – verdadeiro – Barcelona cansou de perder chances e tava um tanto falho na pontaria. Os bolivianos são passageiros da agonia. Outro que tá jogando o fino da bola é o argentino Emmanuel Martínez… olho nele!

Boca Juniors/ARG 2×0 Santos

Interessantíssima a entrada de Pavón entre os titulares do Boca, reforço inesperado para Miguel Ángel Russo. O atacante encerrou seu contrato lá na MLS, voltou pra Argentina e treinava mais por obrigação do que por vontade. Ele queria retornar aos EUA, ser renegociado. Acabou ficando e resolveu o problema do time que atacava apenas pelo lado esquerdo e sobrecarregava o rápido Villa. Agora o Boca Jrs é mais equilibrado na frente. Fora isso, fiquem de pé e aplaudam a linha de volantes com selo de produto da casa: Almendra, Varela e Medina.

Grupo D – River Plate, Fluminense e… Junior, talvez?

Santa Fe/COL 1×2 Fluminense

Os dois gols do Fluminense, um no começo de cada tempo, deram a tranquilidade que o time precisava pra vencer sem sofrer sustos. Foram poucas as chegadas do Santa Fe, um time que é muito mais transpiração do que inspiração. Toda a indefinição no local do jogo parece ter atrapalhado também o time da casa. Vitória importantíssima que obriga o River a também ter um desempenho parecido quando sair para visitar os rivais colombianos.

River Plate/ARG 2×1 Junior Barranquilla/COL

O River ainda não sabe como venceu esse jogo, mas tem a certeza de que resolveu uma parada complicadíssima. O Junior se mostrou extremamente organizado, com um futebol muito dinâmico, toques rápidos em triangulações e ainda pode reclamar dois supostos pênaltis não marcados a seu favor. Gallardo mudou novamente o esquema e voltou com a linha de três no fundo, com Paulo Díaz, Rojas e Héctor Martínez. Carrascal entrou muito bem no segundo tempo e fez duas jogadas de cinema, mas alguém acendeu a luz antes do filme acabar.

Grupo E – São Paulo tranquilo, Racing respira aliviado

Racing/ARG 2×1 Sporting Cristal/PER

O Cristal bem que quase complicou a noite de Pizzi. Parecia ser mais um jogo daqueles em que o Racing joga como nunca e perde como sempre. O bom lateral direito Cáceres abriu o placar para Academia (aliás, taí uma boa dica pra quem procura jogador por aquele lado do campo) e González empatou pro campeão peruano. Quando tudo parecia empate, quando tudo era só desalento e caos, quando tudo mais se parecia ao Racing, Chancalay salvou a noite. Vitória importantíssima porque tira pontos de um rival direto na disputa pela outra vaga às oitavas.

São Paulo 2×0 Rentistas/URU

O esforçado time uruguaio estava com o corpo fechado. Congestionou o meio com duas linhas de quatro bem próximas e dedicadas ao ofício tipicamente charrúa do desarme. No final do primeiro tempo, Dani Alves encontrou um espaço entre pernas e mais pernas: deixou Pablo na cara do gol. O camisa 9 marcou e isso tirou dezessete elefantes das costas do Tricolor, que até especulou um pouquinho na segunda parte antes de marcar novamente com Reinaldo, agora de pênalti. Próximo jogo contra o Racing em Avellaneda: o tão aguardado encontro em que LOS NIÑOS LLORAN Y LA MAMÁ NO VE.

Grupo F – Só a Católica fora e isso não é novidade

Nacional/URU 4×4 Atlético Nacional/COL

Se este não é o melhor jogo do ano até aqui, olha, bate na trave. Aconteceu de tudo no Gran Parque Central: viradas, expulsões, canetas humilhantes… O argentino Gonzalo LAVANDINA Bergessio, o Diego Souza que HABLA, marcou três vezes pro Nacional e levou a bola pra casa. Depois de começar perdendo e ter um jogador expulso no final do primeiro tempo, os uruguaios conseguiram virar e até abriram 4 a 2 de vantagem. Mas o Atlético Nacional já deu provas suficientes de que é muito perigoso. Um time fortíssimo com Jarlan Barrera, Jefferson Duque, EL RIFLE Andrade…

Universidad Católica/CHI 0x2 Argentinos Juniors/ARG

Quem não te conhece que te compre, Católica. Seu trauma é coisa para psicólogo. Não dá pra entender os fracassos que o melhor time chileno dos últimos tempos acumula ano após ano nas empreitadas internacionais. Sobra no torneio local, mas é motivo de piada quando cruza as fronteiras. Por outro lado, como é legal ver o trabalho do Gabi Milito dar certo. Não foi muito bem no Independiente, tampouco emplacou no Estudiantes, agora se encontra no Bicho. Palmas para Hauche (34 anos) que comprova a tese de que VIEJO SON LOS TRAPOS.

Grupo G – Flamengo e LDU, era de se imaginar

Flamengo 4×1 Unión La Calera/CHI

Boa vitória de um dos favoritos a conquistar essa Copa Libertadores. E quando parecia que os chilenos poderiam complicar a partida, o Flamengo foi lá e fez mais dois apenas porque sim, porque tem por onde. Já La Calera, uma SAD (Sociedade Anónima Deportiva) como a maioria dos times chilenos são, tem alguns nomes que merecem atenção especial. Mas uma Libertadores todavía le queda grande. Deve se concentrar no campeonato local, onde tem chances reais de ser feliz.

LDU/EQU 3×1 Vélez Sarsfield/ARG

A LDU assumiu finalmente o posto de segundo time deste grupo. Venceu bem o Vélez, um quadro esforçado mas que ainda tem muitos problemas, principalmente nas transições. Na Liga, boa partida do uruguaio Matías Zunino e principalmente de Cristián Martínez Borja (jugadorazo). Quem assistiu o segundo gol dele ganhou a semana. Terça-feira quem vem (04/05) é a vez de receber o Flamengo. Promessa de jogo equilibrado, mas promessas são só promessas.

Grupo H – Atlético-MG e Cerro, apesar do próprio Cerro

Cerro Porteño/PAR 0x0 Deportivo La Guaira/VEN

Que chance perdeu o Cerro, minha nossa! Depois da trepidante estreia contra o América lá na Colômbia, ficou num empate sem gols com La Guaira que só se diverte neste grupo. O campeão venezuelano não vai se classificar, mas tira pontos importantes dos poderosos e se tornou o fiel da balança. Não tem muito o que dizer de um empate sem gols. A gente só lamenta que eles ocorram.

Atlético-MG 2×1 América/COL

A boa notícia é que o Galo arriscou bastante de fora da área, principalmente na primeira metade do jogo. Mas o time parecia ansioso, queria fazer o segundo antes do primeiro. Depois do gol de Hulk, em cobrança de pênalti, as coisas fluíram de uma maneira natural até o erro de Tchê Tchê na saída de bola, sinal de confiança no placar construído. O América está em seu pior momento na temporada e também desde que voltou à elite. Demitiu o técnico Juan Cruz Real depois da partida. Já jogou a toalha.

Informações: GE

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