Produtor musical Wesley Rangel, considerado o “pai do axé” morre aos 65 anos

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O produtor musical e cultural Wesley Oliveira Rangel faleceu na madrugada desta quarta-feira (6). Aos 65 anos, o dono da WR estúdios lutava contra um câncer de próstata com metástase óssea, há cinco anos. Considerado o “pai do axé”, Rangel foi responsável pelo lançamento de Luiz Caldas, em 1984, e da música ‘Fricote’ a nível nacional. Natural de Iramaia-BA, o produtor mudou-se para Salvador em 1967, onde cursou Administração de Empresas e, posteriormente, Direito, com especial interesse em Direito Autoral.

Foi representante da SOCINPRO em Salvador – uma das principais sociedades administradoras de Direitos Autorais do País e, há muitas décadas, tem acompanhado de perto a evolução da música baiana no Brasil e no Exterior. Em 2009, em entrevista ao Bahia Notícias, Rangel falou sobre o Axé e defendeu as origens do gênero musical que ajudou a criar. “O axé music não é um ritmo, é um comportamento musical, que leva alegria para as ruas, é a relação entre o cantor de trio elétrico e o povo”, disse (Leia mais aqui).

Por conta dessa ‘alegria’ que buscava transmitir com o axé, o administrador foi responsável por grandes febres nacionais, como ‘Na boquinha da garrafa’. “Quando eu vi, Xuxa, Jô Soares tavam dançando… Ela é uma das músicas baianas mais tocadas em todo o mundo. Se fazemos música para o quadril, para dançar, brincar, tínhamos de pensar nisso. Música para a cabeça quem faz é Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo. Eles viveram uma situação política que exigia uma postura mais forte. Tudo corria em função disso”, explicou (Leia mais aqui). Com a WR Estúdios, Rangel participou ativamente do mercado fonográfico local, produzindo e colaborando para o sucesso de artistas de projeção nacional e internacional como Juca Chaves, Chiclete com Banana, Ivete Sangalo, Edson Gomes, Banda Reflexus, Olodum, Daniela Mercury, Timbalada, É

O Tchan, Terra Samba, Companhia do Pagode, Gang do Samba, Araketu As Meninas e Babado Novo. Recentemente, em homenagem feita pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia aos 30 anos do axé, o Secretário da Cultura, Jorge Portugal, agradeceu ao produtor por toda a sua carreira. “Foi todo o caminho e oportunidade que começou quando você surgiu que me trouxe a condição que estou agora. Então a você, meu amigo querido, conselheiro de cultura, agradeço também a condição que estou agora”, declarou (Leia mais aqui). O corpo será cremado ainda nesta quarta-feira (6), às 15h30, no cemitério Jardim da Saudade.

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