Por onde anda Dara, uma das transexuais mais famosas da região sisaleira? Ela revela caso com cantor e jogadores famosos

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“iai mô!” Esse bordão icônico faz parte do cotidiano de Dara Silva dos Santos, 43 anos, uma das primeiras mulheres trans a ganhar fama na região sisaleira.

Natural de Conceição do Coité, Dara mostrou desde a infância o desejo de assumir a sua sexualidade, inclusive vestindo roupas femininas.

“Aos 11 anos eu ia para as ruas da cidade com roupas femininas e quando chegava em casa era uma agonia para tirar. Diante dessa situação, passei a conseguir as vestimentas fora da residência e continuava utilizando, porém, sempre a história chegava aos ouvidos da minha mãe que brigava comigo”, contou Dara ao Caldeirão do Paulão.

Além das discussões com a família, ela relatou que o sofrimento estendia pelos quatro cantos do município baiano pois, as pessoas não compreendiam sua orientação sexual.

“Foi muita humilhação! O tempo todo me chamavam de “viado”, bichinha e todos os tipos de palavras ofensivas afim de depreciar meu caráter”, lamenta.

Da adolescência a fase jovem, Dara conta que a reviravolta iniciou quando maioria dos homens que tinham preconceito contra ela, foram os mesmos que a procuravam para manter relações sexuais.

“Ironia do destino né? Foram vários caras que me humilharam e depois estavam ao meu lado curtindo. O mundo gira né, mô”, disse aos risos.
Nas suas intensas aventuras, a trans coiteense se envolveu em diversos relacionamentos e passou a cobrar por eles, entrando no mundo da prostituição.
No seu casting de “amores pagos” estão inclusos empresários, cantor e até jogadores de futebol de times famosos no Brasil.
“Na época, meus programas giravam entre R$ 300 e 500 reais. Ganhei muito dinheiro com vocalistas de bandas famosas, jogadores que prefiro não citar os nomes e também com os rapazes em toda região sisaleira”, revela.

Atualmente Dara continua fazendo programas e também faz bordados para vender e complementar a renda.


Ela informou que apesar de continuar na prostituição, a frequência de trabalho com o corpo não é a mesma que nos primeiros anos.
“Hoje tudo é mais difícil! As coisas mudaram, porém, continuo na ativa e muito feliz”, falou.

Assumida nos tempos onde pouco se falava no movimento LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais) Dara acredita que tudo poderia ter sido diferente e faz um desabafo:

“Tive que enfrentar tudo sem praticamente apoio nenhum, mas, venci! Meu conselho para todos que passaram ou estão passando por um momento de transição é: Não abaixe a cabeça! Enfrente o preconceito e seja feliz. Siga em frente e faça como eu fiz pois, tenho o livre arbítrio em ser o que quisermos.”, finaliza

Redação

Foto: Arquivo pessoal 

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