Ministério da Economia quer aproveitar a guerra para estimular a entrada de dólares no Brasil

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A invasão da Rússia pela Ucrânia esquenta o caldeirão da pressão do mundo político para a aprovação de medidas que reduzam o impacto negativo da escalada de alta dos preços de combustíveis no mercado internacional, puxada pelo conflito bélico na Europa.

São tantas as propostas na mesa dos parlamentares para tentar dar uma solução, que a equipe econômica dificilmente terá alguma margem de manobra para coordenar e liderar uma saída em ano eleitoral. Se há falta de força política, sobram alertas.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu para semana que vem colocar na pauta de votação os projetos que tratam do tema. Tudo pode acontecer com a votação acontecendo no calor das notícias da guerra e o aumento da aversão ao risco com o ataque russo à usina nuclear Zaporizhzhia, na Ucrânia, a maior da Europa.

Com tantas incertezas, o secretário especial do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disparou novo alerta. O risco de uma alta do dólar caso uma mudança malfeita seja aprovada.

Esse mesmo problema aconteceu no ano passado diante das incertezas fiscais com a votação da PEC dos Precatórios, o que acabou piorando, e muito, o quadro inflacionário.

Sachsida avisou ontem que as propostas para os combustíveis provocam efeitos macroeconômicos adversos e terão resultado oposto ao esperado.

Até agora, como mostrou reportagem das jornalistas do Estadão Luciana Dyniewicz e Fernanda Guimarães, a taxa de câmbio e a Bolsa destoam do cenário de guerra, e o Brasil pode atrair mais recursos.

É o contrário do movimento que ocorreu em outros momentos de tensão global – quando investidores internacionais retiraram os seus aportes de países emergentes e correram para os desenvolvidos, considerados mais seguros.

Esse movimento tem segurado a alta do dólar e colocado a cotação do real frente à moeda norte-americana próxima de R$ 5.

A estratégia do Ministério da Economia é aproveitar essa janela para estimular o aumento do fluxo de dólares para o País, o que ajuda a valorizar o real e a minimizar o impacto da alta dos preços dos combustíveis.

Nessa toada, Sachsida reforçou que o Brasil é um porto seguro para investimentos e que o momento é de o Congresso mostrar força com a aprovação de novos marcos legais.

 

Estadão

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