Nesta quinta-feira (22), o presidente Michel Temer chega Noruega para visita de Estado de dois dias, no entanto, o clima é de insatisfação do governo norueguês com relação a maneira com qual a política ambiental no Brasil vem sendo conduzida.
O Fundo Amazônia tem a Noruega como o maior doador, o qual já destinou cerca de R$ 2,8 bilhões, entre os anos de 2009 e 2016, valores estes destinados a preservação da floresta.
Contudo, as autoridades norueguesas vem criticando o governo brasileiro e ameaçado suspender o financiamento para proteção ambiental, por conta dos índices de desmatamento, que, no Brasil, aprestavam uma tendência de queda há alguns anos, teve um aumento de 58% em 2016, segundo estudo da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Ao ambientalista vem ainda criticado o fortalecimento de grupos “ruralistas” durante governo Temer que têm atuado para aprovar no Congresso a flexibilização das regras de licenciamento ambiental e a redução de áreas de proteção.
“Nosso programa de doação é baseado em resultados: o dinheiro é repassado se o desmatamento é reduzido, e foi o que vimos nos últimos anos. Isso significa que, se o desmatamento está subindo, haverá menos dinheiro”, disse nesta semana o ministro norueguês de Meio Ambiente, Vidar Helgesen, ao serviço brasileiro da Deutsche Welle, ao comentar a política ambiental brasileira.
“Nós mencionamos a nossa preocupação com as autoridades brasileiras em relação a esse debate sobre a legislação (em discussão no Congresso). Mas, no fim, é o Brasil que toma a decisão. Quando vemos a tendência indo na direção errada nos últimos anos, é claro que isso levanta preocupação e perguntas sobre o que o governo está planejando para reverter esse quadro. E deixamos bem claro que nosso financiamento é baseado em resultados”, afirmou também.
