Marina Silva defende fim da reeleição e voto distrital misto

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A três meses das eleições, os pré-candidatos à Presidência da República dão continuidade à disputa para ver quem assume o Palácio do Planalto. Representante da Rede Sustentabilidade na corrida, Marina Silva participou, na quarta-feira (4), de sabatina organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Outros cinco presidenciáveis também estavam presentes no evento.

No encontro com mais de dois mil empresários, a ex-senadora apresentou propostas de mudança no sistema eleitoral do país. Ao atender à imprensa, Marina falou da reforma política e defendeu o modelo de voto distrital misto.

“O Brasil não pode continuar reproduzindo as mesmas práticas. As que criaram os problemas não vão resolver os problemas. Em uma reforma política, nós queremos contemplar o fim da reeleição. Ela virou um problema na América Latina. Mandatos de cinco anos. A partir de 2022, vamos trabalhar para aprovar o voto distrital misto e quebrar o monopólio dos partidos políticos com as candidaturas independentes. Hoje, é preciso criar uma concorrência idônea para os partidos, que já não discutem mais ideias, propostas. Não existe mobilidade dentro dos partidos, são quase sempre as mesmas lideranças. Portanto, quebrar os monopólios para as candidaturas independentes é fundamental.”

Marina também foi questionada sobre a proposta de desenvolvimento que acompanhe a evolução industrial. A pré-candidata citou a indústria 4.0 e afirmou que o investimento em educação está interligado ao crescimento do setor.

“Nós estamos indo para a quarta revolução industrial, ou indústria 4.0, e isso requer investimento, principalmente para integrar o Brasil às cadeias produtivas globais. Para que a indústria possa ser competitiva e voltar a desempenhar o papel que ela pode desempenhar na nossa economia. É preciso que se tenha investimentos em educação, tecnologia e inovação, ganho e aumento de produtividade.”

Em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, de acordo com institutos de pesquisa, Marina respondeu perguntas sobre os caminhos que pretende seguir para chegar à Presidência em outubro. A pré-candidata aproveitou a oportunidade e falou sobre as propostas que ouve de outros candidatos.

“Me preocupa muito poder participar dessa eleição pela terceira vez, dialogando com saídas que possam ser efetivas para tirar o eleitor do estado de letargia, de desencanto e às vezes de indignação em que está submetido, em função de tudo que vem acontecendo no nosso país. Estamos trabalhando no sentido de, cada vez mais, mostrar que o Brasil unido em torno de propostas que de fato interessam é que podem nos levar a um bom resultado para essas eleições.”

Marina Silva ainda foi questionada sobre a situação gerada pela greve dos caminhoneiros. A presidenciável disse que, para esse momentos, é preciso ter cautela e criticou a posição do governo em relação à crise.

“É claro que foi um processo difícil e o Brasil pode sentir os prejuízos do que significa ter um governo que não foi capaz de se antecipar à crise. Houve ali uma negligência, porque a pauta de reivindicação foi entregue com bastante antecipação, e o governo não foi capaz de tomar uma medida para evitar a situação de caos que chegamos, com sérios prejuízos para a economia e a vida das pessoas.”

A sabatina da CNI marcou o primeiro encontro entre os pré-candidatos à Presidência da República e representantes de setor econômico do país. Além de Marina, participaram do encontro Geraldo Alckmin (PSDB), Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL).

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