A adolescente de 17 anos que aparece sendo espancada e torturada em um vídeo espalhado pelas redes sociais e pelo aplicativo Whatsapp falou pela primeira vez sobre as agressões que sofreu. Ao G1, a garota que pediu para não ser identificada, revelou sofreu bastante nas mãos da agressora por ter namorado o marido da acusada, mas quando eles não estavam juntos.
Ela conta que conheceu o rapaz em uma casa noturna, começaram a namorar e ficaram juntos por um ano, quando se separaram. No mês de maio, o jovem, que sempre falava com a ex pelo celular, contou que começou a ficar com a agressora e logo já estava morando com ela. O jovem continou ligando para falar com a ex. Logo depois ele se separou da mulher que ficou com raiva, achando que ela era o pivô do relacionamento. “Ela começou a me xingar no Facebook, falar que eu era ‘talarica’, que ela ia me pegar, que eu era safada”, lembra.
Sequestro e tortura
Após a separação, a jovem, irada, foi à casa da avó da vítima na companhia de outras mulheres, alegou que o rapaz precisava falar com ela urgente, e a levaram para a casa da torturadora.
“Ela pegou e ficou com raiva. Pensou que era por minha causa. Tentou cortar os pulsos, se matar por causa dele. Aí foi até a casa da minha avó. Ela e mais duas amigas foram atrás de mim e falaram que iam me levar até ele. Eu, inocente, acreditei e fui. Me fez passar pano na casa dela, me deu chute na cara. Ela me queimou com cigarro”, relembrou. Após a sessão de tortura, que foi toda gravada em um celular, a jovem vítima foi levada por uma das mulheres novamente para a casa da avó, onde chegou toda machucada.
Além das cicatrizes causadas por queimaduras de cigarro, a adolescente sofreu uma deformação no crânio, pois disse ter sido agredida com uma panela de pressão.
Polícia no caso
Um mês após a tortura, a jovem procurou a polícia. “Ela não tem que fazer isso com ninguém. Não tem preço o que ela fez. Ela tem que amargar na cadeia, que é o lugar dela”, desabafa a jovem vítima, que registrou um Boletim de Ocorrência na última terça-feira (30) na Delegacia da Mulher de Praia Grande.
Conforme a delegada Rosemar Cardoso, as três suspeitas de participar da tortura podem ser detidas e, se condenadas, ficar até mais de dez anos presas. “Houve o sequestro, o cárcere na casa e a tortura. Era a casa onde ela morava com ele”, explicou Cardoso, que lembrou que o crime por tortura tem pena de dois a oito anos e pode aumentar de um sexto até um terço, caso o crime seja cometido contra uma adolescente e mediante sequestro, além de ser inafiançável. “A investigação vai continuar para encontrar todas as agressoras”, conclui a delegada.
O vídeo
O vídeo que mostra a jovem torturando a menor de idade foi publicado em uma rede social, na última segunda-feira (29), por amigos da agressora. Antes de ser removido por violar os termos de uso do Facebook, a postagem acumulou, em menos de cinco horas, mais de 50 mil compartilhamentos.
Na gravação, que tem pouco mais de um minuto, a vítima já aparece com vários ferimentos no rosto. Durante a gravação, a agressora chega a apagar, em duas oportunidades, um cigarro no rosto da menor, que é obrigada a confessar que teria saído com o marido dela enquanto leva vários socos e tapas. O vídeo contém imagens fortes.
Confira vídeo – http://www.tvcaldeirao.com.br/2014/10/01/namorada-ciumenta-apaga-cigarro-no-rosto-de-suposta-amante/
