Nesta terça-feira (3) o ex-executivo da JBS Joesley Batista se reúne com advogados, em São Paulo, para definir a lista de testemunhas que vai apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) na fase de coleta de provas sobre as delações premiadas do grupo J&F. Após essa fase, a rescisão dos acordos será levada para análise do plenário do tribunal.
Na semana passada, o ministro Edson Fachin, relator do caso no STF, deu prazo de 5 dias para os advogados de defesa e a Procuradoria Geral da República (PGR) especificarem as provas que pretendem produzir e, em caso de depoimento de testemunhas, indicar os nomes e endereços.
O advogado de Joesley, André Callegari, quer arrolar o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e sua antiga equipe na PGR no caso.
Em petição do dia 16 de fevereiro, o advogado já havia pedido para serem arrolados Janot e sua antiga equipe na PGR como testemunhas no caso que pode levar à rescisão das delações de quatro executivos: Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis.
Nesta terça, Joesley vai discutir com seus advogados se mantém a lista que foi apresentada em manifestação à petição da procuradora-geral Raquel Dodge, que ratificou a rescisão de Joesley, para entregar ao STF no prazo pedido pelo ministro Fachin.
Desde o ano passado há um impasse sobre as delações. Em setembro de 2017, na reta final do mandato, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a rescisão das delações por omissão e má-fé dos delatores.
Eles teriam deixado de informar sobre suposta orientação prestada pelo ex-procurador Marcello Miller à J&F nas negociações, enquanto ainda integrava o Ministério Público.
As advogadas Ester Flesch e Fernanda Tortima, que participaram das negociações da delação, além do próprio Miller, também estão na lista para serem arrolados por Joesley.