Na última semana, um ofício enviado pelo governador Jaques Wagner ao prefeito de Salvador, ACM Neto, sobre a licitação de transporte na capital baiana, causou um desentendimento entre os gestores e muito buxixo no cenário político. Em entrevista ao programa Jornal da Bahia no Ar, da Metrópole FM, agora pela manhã, Wagner disse achar estranha a forma como Neto tratou o episódio e acrescentou que “evidentemente” a disputa política vai colocar Prefeitura e governo em palanques diferentes. “A carta que mandei foi absolutamente técnica. Eu só estou preocupado com a mobilidade urbana da cidade e alertando a forma que a licitação está sendo tratada.
Alguns pontos de integração foram esquecidos e eu só pontuei e achei estranho. Eu não quero mandar em Prefeitura nenhuma. Ao invés dele (ACM Neto) dar uma resposta técnica, foi feito um palanque político e de forma equivocada”, disse. Wagner disse ainda que não queria discutir política e que só o que importava era o transporte público de Salvador. “Ele foi criado em outra cultura, não consegue fazer um debate sem achar que um manda no outro. É claro que eu vou defender Rui, assim como ele vai defender o candidato dele, mas não estou aqui pra discutir política.
Estou pensando que essa licitação vai refletir no bolso do usuário e o que a população quer é um transporte de condições e preços melhores. O que eu fiz foi tirar um pepino do colo dele, com os projetos de mobilidade, porque ele não ia conseguir bancar”, acrescentou. Questionado sobre a intervenção da Sucom, órgão da Prefeitura de Salvador, que retirou as peças publicitárias do governo do Estado que estavam na cidade, o governador disse que uma regulamentação já deveria ter sido feita muito antes. “Realmente, fica uma porcalhada e a cidade fica feia. Precisa ter um limitador, pois se não tiver regra vai ficar sempre essa disputa. É preciso chamar os partidos, tentar selar um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) e fazer um acordo para proteger o visual da cidade”, pontuou.
Mariana Sotero
