Influenciadores são presos em operação que investiga fraude em rifas nas redes sociais; Suspeitos movimentaram mais de R$ 5 milhões em 1 ano com pratica ilegal

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Os influenciadores digitais Lucas Picolé e Mano Queixo, suspeitos de fraudarem a venda de rifas pela internet, em Manaus, movimentaram mais de R$ 5 milhões em um ano. Na quarta-feira (28), os dois influencers foram presos e uma terceira influenciadora, Isabelly Aurora, é alvo da operação.

De acordo com a equipe de investigação do 15º Distrito Integrado de Polícia (DIP), que comanda a operação, os influenciadores ofereciam carros, motos e dinheiro em espécie nas redes sociais por meio de rifas.

Os sorteados eram amigos ou conhecidos dos influenciadores e os carros, após os sorteios, voltavam para eles. Os suspeitos pagavam apenas os prêmios de menor valor.

Um dos indícios, é que um ganhador do sorteio levou 10 motos de uma vez só, em maio deste ano.

No entanto, as investigações apontaram que o suposto vencedor comprou os veículos 15 dias antes do sorteio e o dinheiro teria sido dividido entre ele e Lucas Picolé, o responsável pela rifa.

“As motocicletas já se encontravam em nome dessa pessoa que figurou como ganhador antes do sorteio ter sido realizado. E isso é um forte indício de que há um esquema fraudulento, inclusive no resultado, na manipulação dos resultados de sorteios”, disse o delegado Cícero Túlio, titular do 15º DIP.

Mano Queixo é preso suspeita de participar do esquema de fraude de rifas. — Foto: Rede Amazônica

Mano Queixo é preso suspeita de participar do esquema de fraude de rifas. — Foto: Rede Amazônica

Expondo uma vida de luxo nas redes sociais, o grupo mostrava diariamente a rotina com carros importados e celulares, usados para promover as rifas ilegais. A Polícia Civil apontou que o grupo movimentou mais de R$ 5 milhões em um ano com o esquema.

“No Brasil, somente se possibilita a atuação de rifas de forma filantrópica, sem cunho, a fim de obter recursos financeiros. Fora isso, para que haja a veiculação de rifas, deve haver por parte da pessoa que opera esse sistema, uma autorização do Ministério da Economia para que haja alguma forma de fiscalização e auditoria sobre o resultado dessas premiações”, apontou o delegado.

O dinheiro das vendas caía na conta da cunhada de Lucas Picolé. A mulher, suspeita de atuar na lavagem de dinheiro, é funcionária da Prefeitura de Manaus. Ela foi presa por receptação de produtos falsificados e solta em audiência de custódia.

O executivo municipal informou à Rede Amazônica que exonerou a servidora e que não tinha conhecimento sobre as supostas atividades ilegais cometidas por ela.

Em nota, a defesa dos influencers afirmou que a prisão não se baseia em hipótese legal que justifique o encarceramento e que os fatos serão esclarecidos.

Conforme as investigações, Lucas Picolé era dono de uma loja especializada em vender roupas e artigos de marcas de grifes famosas. Mas os investigadores apuraram que todos os produtos vendidos eram falsificados.

O dinheiro das vendas caía direto na conta da cunhada de Lucas, Flávia. Suspeita de atuar na lavagem de dinheiro, ela é funcionária da Prefeitura de Manaus. Flávia também chegou a ser presa por receptação de produtos falsificados, mas foi solta em audiência de custódia na sexta-feira (30).

Justiça nega soltura

Cerca de seis veículos foram apreendidos.  — Foto: Nainy Castelo Branco/Rede Amazônica

Cerca de seis veículos foram apreendidos. — Foto: Nainy Castelo Branco/Rede Amazônica

A Justiça do Amazonas manteve a prisão de Mano Queixo e Lucas Picolé. Além disso, determinou o sequestros dos bens dos suspeitos e que as redes sociais fossem suspensas.

Durante a operação na casa dos influenciadores, a polícia ainda encontrou drogas sintéticas e munição de fuzil.

A justiça decretou a prisão preventiva por apontar que os influenciadores colocam em risco à ordem pública.

A Polícia Civil investiga outros alvos.

G1

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