HEC realiza as primeiras cirurgias de lábio leporino

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Na manhã desta terça-feira, 26, o Hospital Estadual da Criança (HEC) realizou as primeiras cirurgias de lábio leporino, serviço pioneiro na rede pública no interior, devido à parceria entre a unidade e a organização não governamental Smile Train, que promove gratuitamente tratamento multidisciplinar para as crianças portadoras de fissuras lábio-palatinas.

 Um alívio para a lavradora Joselina Lima de Jesus, que há mais de um ano tem que se deslocar do município de São Felipe até Salvador em busca de tratamento para o filho Gabriel de Jesus. “Desde que meu filho nasceu que eu viajo toda semana para Salvador, mas, até hoje não consegui fazer a cirurgia. Meu filho faz acompanhamento aqui no HEC, foi quando soube que iam oferecer esta cirurgia. Estou muito feliz”.

 De acordo com dados da Smile Train, no Brasil, estima-se que quatro mil crianças nascem todos os anos com fissuras. Cirurgião plástico, César Kelly explica que a má formação tem diversos níveis e pode variar de uma pequena fenda até a separação total do lábio superior no nariz até a boca. “Geralmente as fendas acontecem em famílias que já possuem um histórico, como é o caso de uma das crianças que atendemos hoje no HEC, ou por deficiência de alguma vitamina que pode interferir no fechamento normal do palato e no desenvolvimento do lábio”, acrescentou o cirurgião.

 Com dois anos de idade, o pequeno Lucas Inácio também teve a oportunidade de ter corrigida a má formação do lábio. Uma vitória para a mãe de Lucas, a técnica de segurança do trabalho Elza Souza da Luz. “Meu filho não apresenta dificuldades na fala, mas, optei em fazer a cirurgia devido à estética, pois meu filho já sofreu muito com o preconceito. O HEC está de parabéns por mais este serviço, Feira de Santana precisava dar este suporte às famílias de fissurados”.

 A proposta é que o HEC seja um centro de referência em fissurados, realizando duas cirurgias por semana, como informa Gisela Piloto, coordenadora de enfermagem do hospital. “Os pais devem procurar o ambulatório do HEC para dar início ao acompanhamento e posterior cirurgia, dependendo de cada caso”.

 As fissuras, quando não tratadas, podem provocar problemas psicológicos e físicos, como dificuldade na fala, na audição e na deglutição de alimentos sólidos e líquidos. Também causam baixa autoestima e problemas ortodônticos e odontológicos. Após as cirurgias, as crianças farão acompanhamento com uma equipe multiprofissional com fonoaudiologia, odontologia e ortodontia.

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