Fertilização in vitro: a evolução 40 anos após o nascimento do primeiro bebê usando a técnica

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O nascimento do primeiro bebê concebido via fertilização in vitro aconteceu no dia 25 de julho de 1978, 40 anos atrás na Inglaterra. Desde então, o mundo viu a técnica expandir e um estudo recente divulgado no 34° Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (SERH), que aconteceu em Barcelona, na Espanha, estima que 8 milhões de bebês nasceram com ajuda da técnica.

A apresentação estima que mais de meio milhão de bebês são nascidos a cada ano a partir de fertilização in vitro e injeção intracitoplasmática de esperma, de mais de 2 milhões de ciclos de tratamento realizados.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a responsável pelo monitoramento dos dados de produção dos Bancos de Células e Tecidos Germinativos desde 2008. A agência avalia, dentre outras coisas, a qualidade das clínicas que fazem o procedimento, quantas fertilizações in vitro são realizadas por ano e o número de embriões congelados.

Mas não há registro de quantas fertilizações de fato resultaram em nascimentos. Segundo a Anvisa, isso acontece porque após a fertilização, as pacientes são acompanhadas por outros profissionais e clínicas.

Segundo Philip Wolff, diretor dos laboratórios de Andrologia, Embriologia e Criopreservação da clínica de reprodução Genics, estima-se que mais de 500 mil crianças nasceram com o uso da técnica no Brasil.

“Sabe-se contudo que a primeira criança nascida no Brasil foi em outubro de 1984 e desde então o número de procedimentos de reprodução humana assistida e resultados positivos só vêm crescendo”, explica.

A estimativa é de que os números sejam ainda maiores do que os 8 milhões relatados. Além do Brasil, outros países como China e Índia fazem processo de fertilização, mas não têm dados relatados.

Recordes de ciclos de fertilização

A Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia também coletou dados de registros nacionais de ciclos assistidos de tecnologia reprodutiva realizada na Europa entre 1997 e 2015.

Segundo a Anvisa, considera-se como ciclo realizado de fertilização in vitro, os procedimentos médicos nos quais a mulher é submetida à produção (estímulo ovariano) e retirada de óvulos para realizar o procedimento.

A Espanha lidera o continente europeu em reprodução assistida, com um recorde de 119.875 ciclos de tratamento; seguido pela Rússia (110.723 ciclos); Alemanha (96,512); e França (93.918). O Reino Unido geralmente realiza cerca de 60.000 tratamentos por ano.

Em comparação, os EUA relatam 263.577 ciclos de tecnologia de reprodução assistida total em 2016, o que resultou em 76.930 nascidos vivos.

Já o Brasil realizou um total de 36.307 ciclos em 2017.

Taxa de sucesso cresce

Nos países europeus, a taxa de gravidez bem-sucedida por transferência de embriões é de aproximadamente 36% para a injeção de fertilização in vitro e intracitoplasmática, de acordo com o relatório.

Wolff explica que atualmente o Brasil não fica atrás nos resultados e tem bons profissionais.

“As taxas de gravidez giram em torno dos 45 – 55% em pacientes até 35 anos. Entre 36 – 38 anos estas taxas tendem a diminuir para 35% – 40% e acima dos 40 anos as taxas tendem a diminuir mais ainda chegando na casa dos 5 a 15% na melhor das expectativas. Contudo alguns avanços tecnológicos e metodológicos melhoram estas chances para pacientes acima dos 40 anos.”

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