Deputado Eduardo Salles propõe projeto de lei para regulamentar a vaquejada na Bahia

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Considerada patrimônio cultural imaterial da Bahia no ano passado, as vaquejadas oficiais (promovidas ou filiadas à associações) agora podem ter suas regras unificadas no Estado para estabelecer diretrizes de controle e prevenções sanitária-ambientais, higiênica-sanitárias e de segurança para os animais e vaqueiros que participam dos mais de 200 eventos que ocorrem anualmente nos municípios baianos.

O deputado estadual Eduardo Salles entregou nesta quarta-feira (11) Projeto de Lei de sua autoria para regulamentar a vaquejada como prática desportiva e cultural, além de instituir medidas de proteção e combate aos maus tratos com os animais durante o evento. A aprovação do texto conta com o apoio de muitos parlamentares. Gika e Zó acompanharam Salles no momento de protocolar o documento na Casa.

O parlamentar justificou que o Projeto de Lei é necessário em função do vácuo de normas e regras. “A atividade é fundamental à tradição e à atividade econômica da Bahia, mas não existe atualmente nada que regulamente. A proposta é para permitir que animais, vaqueiros e o público não fiquem à mercê da legislação e entendimento de outros órgãos”, explicou Eduardo Salles.

Equipamentos obrigatórios de segurança para utilização dos vaqueiros, quantidades de vezes em que o animal pode ir à pista, materiais que devem ser utilizados para não maltratar bovinos e equinos e obrigatoriedade de ter no evento equipes médicas e veterinárias nas vaquejadas oficiais são apenas alguns pontos do Projeto de Lei.

As regras foram elaboradas pelo deputado Eduardo Salles em conjunto com veterinários e entidades ligadas à organização de vaquejadas. “Não podemos permitir que uma outra lei proíba essa cultura nordestina. Temos que regulamentar a realização, colocar normas de segurança e fiscalizar. Acabar é um erro cultural e econômico”, disse o parlamentar.

ECONOMIA

As mais de 200 vaquejadas que acontecem durante todo o ano nos finais de semana na Bahia geram emprego e renda aos municípios. Em Serrinha, terra do maior evento do gênero no Estado, apenas no parque nos dias de festa, são criados 1.500 postos de trabalho diretos. Outras 5.000 admissões indiretas têm relação com a tradição no período.

No último final de semana, em Iaçu, cerca de 10 mil pessoas passaram pelo Parque Camaleão das Folhagens durante três dias. A estimativa de negócios gerados apenas com a comercialização de animais foi de R$ 10 milhões. “Seu Pedro”, locutor do evento, contou ao deputado Eduardo Salles que o ofício exercido nas vaquejadas permitiu a ele criar todos os filhos.

Em cada cidade, além da movimentação econômica nos locais da vaquejada, postos de gasolina, restaurantes, bares, lojas, hotéis e pousadas e o comércio em geral têm aquecimento nas vendas. “Só quem não conhece o interior da Bahia pode ser contra uma tradição secular”, defende Salles.

“Não podemos fechar os olhos para essa realidade cultural e econômica. Temos que proibir o mau trato aos animais, sem dúvida, mas não pode ser exterminando as vaquejadas”, concluiu o deputado.

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