‘A gente fica se perguntando o motivo e não sabemos’, diz tia de médico morto há mais de 4 meses por colega na BA

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O médico acreano Andrade Lopes Santana, de 32 anos, foi encontrado morto no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, em maio deste ano, mas quase quatro meses depois, a família da vítima ainda espera por respostas. O suspeito de cometer o crime, o colega de profissão, Geraldo Freitas Junior, confessou o crime e está preso, mas a motivação ainda não foi esclarecida pela polícia.

“A gente fica se perguntando o motivo e não sabemos. A gente não tem uma resposta”, disse a tia da vítima, Maria Lopes Massi.

G1 entro em contato com o coordenador de polícia de Feira de Santana, delegado Roberto Leal, que confirmou que o médico segue preso, mas que o órgão ainda não tem a motivação do crime.

“Ele [Geraldo Junior] não falou mais nada mesmo. Até hoje a gente não sabe o que aconteceu, fica se perguntando”, lamentou a tia do médico acreano.

O médico acreano Andrade Lopes Santana, de 32 anos, foi encontrado morto no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, em maio deste ano, mas quase quatro meses depois, a família da vítima ainda espera por respostas. O suspeito de cometer o crime, o colega de profissão, Geraldo Freitas Junior, confessou o crime e está preso, mas a motivação ainda não foi esclarecida pela polícia.

“A gente fica se perguntando o motivo e não sabemos. A gente não tem uma resposta”, disse a tia da vítima, Maria Lopes Massi.

G1 entro em contato com o coordenador de polícia de Feira de Santana, delegado Roberto Leal, que confirmou que o médico segue preso, mas que o órgão ainda não tem a motivação do crime.

“Ele [Geraldo Junior] não falou mais nada mesmo. Até hoje a gente não sabe o que aconteceu, fica se perguntando”, lamentou a tia do médico acreano.

Preso suspeito de matar médico na BA foi o amigo que registrou desaparecimento na delegacia — Foto: Aldo Matos / Acorda Cidade

Preso suspeito de matar médico na BA foi o amigo que registrou desaparecimento na delegacia — Foto: Aldo Matos / Acorda Cidade

De acordo com Maria Lopes Massi, a mãe de Andrade, Dormitília Lopes, ainda está muito abalada e preferiu se isolar de amigos e familiares em uma fazenda, no Acre.

“A mãe dele está isolada em uma fazenda. Ela não recebe os amigos, está isolada, não tem mais coragem de conversar, muito abatida”.

“Muito cruel, muito cruel, meu sobrinho era muito querido na cidade, porque ele fazia o bem. Ele ajudava todo mundo”.

No dia 27 de julho, Geraldo Freitas Junior teve a prisão preventiva decretada. A polícia já afirmou que as investigações apontaram que o suspeito agiu sozinho.

No dia 28 de junho, completou um mês que o corpo de Andrade Santana foi encontrado no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, preso a uma âncora. A polícia já tem algumas linhas de possíveis motivações para o crime. Entretanto, elas não foram reveladas para não atrapalhar o seguimento das investigações.

Geraldo Junior segue preso no Conjunto Penal de Feira de Santana. A prisão temporária do suspeito foi decretada em 28 de maio e prorrogada por mais 30 dias no dia 28 de junho.

O crime

Andrade Lopes foi encontrado morto no dia 28 de maio, no rio Jacuípe, na cidade de São Gonçalo dos Campos, a cerca de 120 quilômetros de Salvador.

Ele desapareceu no dia 24 de maio, quando saiu de Araci, onde morava e trabalhava, com destino a Feira de Santana, que fica a 23 quilômetros de São Gonçalo dos Campos.

Segundo os peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT), foi constatado um disparo de arma de fogo na nuca e uma corda no braço amarrada a uma âncora para o corpo não emergir nas águas do rio Jacuípe.

Diretor de hospital prestou depoimento

Um médico, que mora em Salvador e atua como diretor de um hospital na capital baiana, prestou esclarecimentos sobre a morte do também médico Andrade Santana Lopes. O depoimento aconteceu no Complexo de Delegacias em Feira de Santana.

Segundo o delegado, o diretor foi citado por Geraldo Freitas, no depoimento em que ele, Geraldo, confessou o crime, como a pessoa que trocou mensagens com o médico morto.

No depoimento, de acordo com o policial, o médico afirmou que não é mais amigo de Geraldo Freitas, disse que não falava com ele há mais de um ano e negou ter planejado, com a vítima, a morte de Freitas.

O delegado Roberto Leal explicou que o motivo da briga entre os dois médicos, de acordo com o depoimento do diretor da unidade de saúde, foi o fato do suspeito ter comprado uma caminhonete em nome dele, porque não tinha nome limpo no Serasa, e não ter efetuado o pagamento acordado.

O delegado disse ainda que o médico que prestou depoimento era amigo de Andrade Santana, mas que ele informou que as mensagens, enviadas para a vítima, não faziam menção alguma ao suspeito. O celular de Andrade foi encaminhado para perícia.

Tiro foi acidental e não houve ‘premonição’

A defesa de Geraldo Freitas, preso por matar o médico Andrade Lopes Santana, disse em uma entrevista ao G1, que o crime não foi provocado por nenhum tipo de premonição, como seu cliente teria contado em seu depoimento à polícia. Freitas teria dito que uma guia espiritual avisou que ele seria assassinado por dois colegas de profissão.

O advogado revelou que a suposta guia em questão é a mãe do suspeito.

O advogado disse ainda que o cliente, que também é médico, não tinha a intenção de matar. A polícia acredita que houve premeditação.

Leal confirmou que a mulher teve um sonho meses antes do ocorrido e comentou com o filho, como um alerta, mas garantiu que isso não tem a ver com a morte de Andrade.

O delegado Roberto Leal informou que ao menos seis pessoas foram ouvidas até agora sobre o caso.

A polícia apura se há outros envolvidos e ainda deverá ouvir outros depoimentos. Além disso, são esperados os resultados de laudos periciais para a conclusão do inquérito.

Para o delegado, Geraldo levou Andrade para o meio do rio de propósito, para cometer o crime.

Entre os fatores apontados para comprovar a linha investigativa estão o fato do suspeito estar armado e ter levado uma âncora para o local do passeio, no rio Jacuípe.

Investigações sobre CRM do suspeito

Preso suspeito de matar médico foi o amigo que registrou desaparecimento na delegacia — Foto: Aldo Matos / Acorda Cidade

Preso suspeito de matar médico foi o amigo que registrou desaparecimento na delegacia — Foto: Aldo Matos / Acorda Cidade

“Todo médico estrangeiro recebe uma autorização do Ministério da Saúde apenas para trabalhar no serviço Mais Médicos. Ele poderia trabalhar apenas nessa situação. Contudo, já há informações juntadas aos autos, de que ele, usando o CRM de outro médico, exerceu funções na cidade de Santa Terezinha. Nós estamos aprofundando as investigações e inclusive vamos ouvir o médico titular do CRM, para que ele esclareça mais sobre essa situação do médico investigado”, explicou.

Segundo Roberto, é preciso também esclarecer se havia algum tipo de dívida em relação aos dois.

“Vamos ver se havia algum tipo de problema em função dessa situação, do médico investigado não possuir o CRM, então tudo isso a gente vai investigar, inclusive se o médico investigado estaria usando em algum momento o CRM tanto do médico que foi testemunha, bem como de Andrade”, acrescentou.

Suspeito estudou com vítima

Geraldo estudou medicina com Andrade, em uma faculdade na Bolívia. Concluído o curso, os dois se mudaram para o interior da Bahia, para trabalhar.

Antes de ser apontado como suspeito do crime, Geraldo Freitas recebeu os familiares de Andrade, que saíram do Acre para acompanhar as buscas pelo corpo.

Dormitília Lopes visitou o filho Andrade Santana, na Bahia, no final de 2019 — Foto: Arquivo da família

Dormitília Lopes visitou o filho Andrade Santana, na Bahia, no final de 2019 — Foto: Arquivo da família

Informações; G1

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