Jovens com alto uso de mídias digitais têm mais risco de ter déficit de atenção e hiperatividade, diz estudo

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Mensagens, posts, tuítes, streamming de vídeo, séries, games …. a diversidade de conteúdos digitais é tamanha que não é raro passar o dia entre o trio celular-computador-tablet. Há consequências, contudo. O mais novo estudo a demonstrar isso foi publicado essa terça-feira (17) no “JAMA”: aqueles com mais alto uso de mídias digitais têm mais chance de desenvolver TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).

As evidências não são novas, mas a pesquisa tem novidades principalmente porque seguiu 2587 adolescentes por dois anos e analisou a influências das mídicas contemporâneas: a maior parte dos estudos anteriores considerava o uso de mídias antes da avalanche de exposição atual.

Nabuco destaca que as novas tecnologias reproduzem operações mentais similares a de uma pessoa que tem déficit de atenção. “É por isso que pessoas com TDAH têm mais facilidade com a tecnologia”, explica. Na esteira, aqueles que não têm a condição começam a ser expostos às mesmas operações mentais de quem tem a doença — fator que aumenta o risco.

Na prática, no entanto, não se pode dizer nesse momento que as mídias digitais causem o TDAH, avalia Nabuco. Há evidências de que pode fazer com que uma pessoa com predisposição genética de fato desenvolva a doença. Outro ponto, contudo, é que a tecnologia pode dificultar o controle de impulsos, aspecto que faz parte de um dos sintomas do transtorno.

“O uso das telas, como a gente costuma falar, entraram pela porta dos fundos do cotidiano, de forma recreativa e sem a atenção necessária”, diz Cristiano Nabuco. “Tem de haver um controle sobre o uso, no sentido de que o adolescente deve realizar suas atividades normalmente. A tecnologia deve ficar restrita ao tempo que sobrar”, aconselha.

Autores da pesquisa destacam que as mídias modernas não são comparáveis às tradicionais. “Há diferenças de velocidade, de nível de estimulação e potencial de estimular alta exposição”, escreveram.

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