Tenente-coronel da PM diz que “Em Feira não tem facção criminosa”

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Uma declaração feita pelo tenente-coronel Gilson Paixão, do Comando do Policiamento Regional Leste (CPRM) da Polícia Militar, em Feira de Santana, gerou grande polêmica e a reação indignada de ouvintes do Programa Jornal TransBrasil, nesta terça-feira (8). O militar afirmou que não há facções criminosas atuando no município.

Em entrevista ao repórter Carlos Valadares, o tenente-coronel Gilson Paixão negou que em Feira haja atuação de facções como Comando Vermelho ou PCC. Imediatamente à entrevista, começou uma chuva de ligações para o programa, com questionamentos ao militar. “Manda ela sair do gabinete e percorrer alguns bairros de Feira. Vai ver a marca das facções estampadas nos muros das casas e traficantes armados nas ruas”, disse um dos ouvintes. Confira parte da entrevista do tenente-coronel ao programa comandado por Carlos Geilson.

Carlos Valadares perguntou ao tenente-coronel sobre os desafios da Polícia Militar em Feira de Santana. “O tráfico de drogas está relacionado a todos os crimes. Nós temos aí um número grande de apreensões de armas de fogo, porque os indivíduos eles se armam para combater a outra facção, e para proteger seu território. Então, a Polícia Militar tem atuado, tanto na questão dos homicídios, quanto dos crimes violento, contra o patrimônio, quanto também do tráfico de drogas. Não esquecendo que, quando a pandemia apareceu, ela veio acompanhada de várias misérias, como o desemprego. Aí muitas pessoas passaram a traficar. Os indivíduos, hoje, já estão com um ‘modus operandi’ de diminuir o número de drogas em posse, porque quando pega, ele é classificado como usuário, não é enquadrado como traficante. Então, nós temos todos esses dados, e a Polícia Militar estará presente sempre nas ruas, para poder conter esses, principalmente, o crime de homicídio”, respondeu o militar.

Valadares, então, perguntou sobre apreensão de armas. “Coronel, ainda assim, o número de homicídios continua alto na cidade. O que fazer?”, questionou o repórter.

“Primeiro, a questão de segurança pública é um dever do Estado e uma responsabilidade de todos. Então, nós não podemos assumir a segurança pública sozinhos? A segurança pública, ela perpassa por questões sociais, ela perpassa por emprego, ela perpassa por outros órgãos de fiscalização. Por exemplo, o Brasil deve ter uma das maiores fronteiras do mundo. Então por onde é que essas armas vêm? As armas não nascem em Feira de Santana, elas vêm de outros países. Então, a Polícia Militar está fazendo seu papel, dentro de Feira de Santana, e a gente espera que os outros órgãos, as outras instituições, também façam seu papel, fora da cidade de Feira de Santana.”

A resposta polêmica do tenente-coronel veio quando Carlos Valadares perguntou sobre as blitze da PM na cidade. “A avaliação que fazemos é a produtividade que nós acabamos de mostrar, com a redução muito grande de apreensões de drogas, apreensão de armas de fogo, prisão de pessoas, nós não tivemos nenhum auto de resistência (morte por troca de tiros com a polícia), porque os bandidos entendem que não podem enfrentar o Poder Público. Nós não podemos reconhecer que existem facções em Feira de Santana, apesar das pessoas potencializarem isso. Eu sei que tem bandos, mas facções, em Feira de Santana, a gente pode desconhecer. Eu desconheço essa palavra. Feira de Santana não é para ter facção. Feira de Santana tem bandido, mas não é para ter facção. Então, nós desconhecemos esse termo: facção. Mas as operações estão aí e vão continuar. E, como eu falei anteriormente, vamos trabalhar, cada vez mais duro, para que possamos diminuir os índices em Feira de Santana”, argumenta Gilson Paixão, durante coletiva à imprensa, na segunda-feira (7).

Informações: O Protagonista e Olá Bahia

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