Sem merenda escolar crianças dos distritos da zona rural recorrem a vizinhos; Situação é igual em toda rede municipal de Feira e piora pela falta de professores e segurança

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Diversas escolas de Feira de Santana vem relatando falta de merenda escolar, principalmente na zona rural e distritos. Um desses casos é o distrito de Jaguara, onde duas escolas Municipais, a Colbert Martins na sede, e outra em um dos povoados já encontram-se a vários dias sem a merenda para as crianças, que por muitas vezes era o único alimento do dia. Vizinhos próximos se comoveram com a situação e vem dando o lanche das crianças, assumindo um papel que deveria ser da Prefeitura e da Secretaria de Educação.

Uma dessas escolas chegou a emitir um aviso em um dos grupos de pais. “Boa noite! Aviso aos pais e responsáveis que desde a última semana estamos sem conseguir fazer a merenda para os alunos, pois com os ingredientes que temos na escola não temos como fazer a alimentação escolas. Estamos sem leite, sem polpa de frutas, sem temperos, sem frutas ou verduras, sem ovos e sem carne. Por isso não conseguimos fazer qualquer alimentação escolar na última semana. Solicitamos alimentação mais de uma vez e na última sexta estive com a secretaria pessoalmente na SEDUC mais uma vez pedindo a agilidade nessa demanda. Estamos na esperança de receber material que possibilite a retomada da alimentação escolar esta semana. Mas até o momento não temos esses materiais. Então, amanhã continuamos sem alimentação escolar, infelizmente.”, Provas do total descaso da Gestão Municipal para com nossas crianças.

A merenda não é o único ponto em que as Escolas Municipais de Feira estão carentes, falta de professores, funcionários na área da limpeza, e inclusive porteiros, deixando várias escolas sem poder ter aulas pela falta de segurança. Entre as 206 escolas que o município cobre, cerca de 75% estão sofrem de de pelo menos uma dessas situações, se não todas elas ao mesmo tempos.

“Os alunos, da Escola Municipal do Feira lX, Professor Pinguim, do quinto ano, estão sem aula, esse ano ainda não teve aula para eles por falta de professores, falta de respeito com as crianças e com a educação, esse Prefeito tá péssimo”, denunciou anonimamente uma mãe de aluno.

Algumas das citadas são as três escolas que atualmente estão em funcionamento, mesmo que em prédios alugados, no distrito de Jaguara, tendo a Escola Colbert Martins na sede, Escola Municipal Jose Martins Dos Santos no povoado de Rio do Peixe, e a Escola Municipal Maria Das Graças Mendonça no povoado de Fazenda Mendonça, além das Escolas Ernestina Carneiro, Caic, Eli Queiroz, Monteiro Lobato, Laura Ribeiro, Professor Pinguim, entre outras, nos bairros e outros distritos de Feira de Santana.

O fato das escolas estarem sem porteiros, é um grande fator de risco para os alunos, pais, professores e funcionários, pois muitas dessas escolas ficam em bairros periféricos mais perigosos, deixando as instituições sem segurança, impactando diretamente as aulas, que ficam impossibilitadas de ocorrer. Um dos funcionários que preferiu não se identificar denunciou a situação dos porteiros contratados pela Prefeitura e o motivo de não estarem trabalhando.

“Eu gostaria de reiterar que a falta de porteiro é por medo dos mesmos de estarem ilegais e não receberem o adicional de risco. Os porteiros foram contratados a pouco tempo, e assinaram a carteira deles como serviços gerais, função que não dá direito ao adicional de periculosidade da profissão de segurança, além de estarem em desvio de função, pratica ilegal. Muitos então, por medo de algum processo, decidiram se desligar, e até então não houve novas contratações dos mesmos da forma correta. Era pra se ter uma CPI na Educação no meio de tanto caos”, conta.

Em meio a tudo isso, os concursados da educação de 2018 esperam pela convocação, mesmo tendo vagas no município, a Prefeitura prefere contratar REDA. E até estes mesmos ficam sendo explorados ao extremos, pois só poderiam trabalhar até 20 horas, mas na semana passada a Secretária de Educação Anaci Paim, liberou mais 20h, totalizando 40h, a mesma carga que um concursado deveria ter.

“Todos os dias no diário oficial tem exoneração, aposentadoria, etc, dava muito bem para convocação dos efetivos e nada ocorre, na verdade colocaram uma pedra encima. Enquanto isso o prefeito coloca Reda, mesmo sem poder, tira o tutano deles, para não ter que contratar efetivo, e usar as vagas como cabide de emprego”, relata uma das concursadas, que ainda aguarda convocação.

Será que desta vez o Prefeito Colbert ira de novo a imprensa dizer que ele não precisava de merenda para estudar? Ou será que a secretária Anaci Paim terá outro mal súbito e ficará afastada? Mas isto são cenas para próximos capítulos, enquanto isso nossas crianças ficam com fome, e muitas deixam até de ir à escola, piorando ainda mais o déficit educacional causado pela pandemia.

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