Saiba quais são lesões mais frequentes na academia e como evitá-las

GettyImages-820476020

A musculação é uma das atividades físicas mais populares quando se trata de promover o bem-estar, desenvolver resistência corporal e perder gordura, entre outros benefícios. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o exercício está entre os mais praticados pelos brasileiros, juntamente com a caminhada e o futebol.

Embora traga melhorias na estabilidade articular, fortalecendo os músculos e reduzindo a suscetibilidade a lesões, é importante estar ciente de que acidentes podem ocorrer se os movimentos forem executados de forma incorreta ou se houver um aumento inadequado da carga, tanto para iniciantes quanto para praticantes assíduos.
 
Em entrevista, o fisioterapeuta e presidente da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física (Sonafe), Rodrigo Oliveira, lista as lesões que mais aparecem em praticantes de exercícios físicos nas academias:
 
  • Lesões musculares: ocorrem quando o músculo é esticado além de sua capacidade, geralmente devido a movimentos rápidos ou excessivamente fortes;
  • Entorses articulares: são danos aos ligamentos que conectam os ossos nas articulações. Isso pode acontecer quando uma articulação é forçada a um movimento não natural ou extremo. Costumam ocorrer em ombro, joelho, punho e dedos;
  • Tendinopatias: são mais comum nos ombros e nos cotovelos, essas alterações nos tendões costumam ser causadas por movimentos repetitivos ou excesso de carga, resultando em dor e inchaço na área afetada;
  • Lesões na coluna: exercícios feitos de forma errada ou com cargas excessivas podem levar a lesões nas costas, como dor lombar e cervical, especialmente se a coluna for forçada de maneira inadequada.

Graus das lesões musculares

As lesões musculares podem ser classificadas em grau 1, 2 e 3, sendo as duas primeiras mais comuns na musculação, ocorrendo quando um músculo de uma articulação se rompe parcialmente. Já o grau 3 implica na ruptura completa do músculo ou de grande parte dele. Nestes momentos, é crucial distinguir entre uma dor típica do treinamento e uma possível dor causada por lesão, para garantir que o tratamento seja adequado ao caso.

“Muitas vezes, o praticante de musculação na academia considera apenas como uma dor muscular de treino, mas já pode se tratar de uma lesão, ainda que seja inicial. E quando se ignora uma lesão simples, ela pode piorar e se tornar algo maior”, comenta a médica do Esporte do Hospital Israelita Albert Einstein, Karina Hatano. Ela acrescenta que qualquer dor que limite a atividade física deve ser um motivo para procurar um médico.

A pesquisa “Ocorrência e Características de Lesões entre Praticantes de Musculação”, realizada na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e publicada na revista Saúde e Pesquisa, envolveu a análise de 45 indivíduos com idades entre 20 e 60 anos que praticavam musculação por pelo menos três meses. Entre os participantes analisados, quase metade deles relatou ter sofrido lesões, e entre elas, 60% estavam relacionadas diretamente à prática da musculação. Os problemas mais frequentemente relatados incluíram distensão muscular, representando 35% dos casos, seguida pela tendinopatia, com 25% de ocorrência.

Além disso, o artigo mostrou que o ombro e o joelho são as articulações mais afetadas pelas lesões. Segundo Hatano, isso se dá por conta da amplitude de movimentos e alta demanda nos exercícios. “As pessoas que ainda não tem uma musculatura definida ou que ainda não sabem realizar os exercícios corretamente tendem a lesionar essas musculaturas. No caso do joelho, o exercício feito incorretamente não ativa as pernas e o glúteo, e acaba sobrecarregando esta articulação.”

Como evitar as lesões

A médica do esporte alerta que os cuidados para evitar lesões na academia começam antes mesmo dos exercícios. Uma alimentação balanceada pré-treino, que inclua macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) e micronutrientes (vitaminas e sais minerais), como um sanduíche com fatias de pão integral, recheios ricos em proteínas, água de coco, frutas, iogurte e alimentos similares, fornece energia ao praticante e reduz esses riscos.

Além do aquecimento, que prepara a musculatura para os exercícios a serem realizados, o desaquecimento também é fundamental para que a musculatura e os batimentos cardíacos retornem ao seu estado natural após o treino. Hatano recomenda que isso pode ser feito através de uma caminhada leve, uma sessão de ioga ou simplesmente permitindo um período de repouso natural.

Tratamento e retorno aos treinos

Acionar um profissional de fisioterapia em caso de lesão é necessário para que o retorno aos treinos seja feito da forma adequada e no momento correto. Rodrigo Oliveira, da SONAFE, destaca que, por meio da avaliação fisioterapêutica e do tratamento, que pode incluir técnicas como eletrotermofototerapia (terapia que utiliza corrente elétrica aplicada à pele por meio de eletrodos), exercícios terapêuticos, terapia manual, entre outros recursos, é possível garantir que o praticante retorne da melhor maneira possível.

“A pessoa que está retornando à prática após uma lesão deve ter um reinício com progressão gradual, não devendo retornar aos níveis de treino anteriores imediatamente, além de ficar atento na técnica adequada dos exercícios e se manter positivo em relação ao próprio progresso”, diz o fisioterapeuta.

Tratamento e retorno aos treinos

Acionar um profissional de fisioterapia em caso de lesão é necessário para que o retorno aos treinos seja feito da forma adequada e no momento correto. Rodrigo Oliveira, da SONAFE, destaca que, por meio da avaliação fisioterapêutica e do tratamento, que pode incluir técnicas como eletrotermofototerapia (terapia que utiliza corrente elétrica aplicada à pele por meio de eletrodos), exercícios terapêuticos, terapia manual, entre outros recursos, é possível garantir que o praticante retorne da melhor maneira possível.

“A pessoa que está retornando à prática após uma lesão deve ter um reinício com progressão gradual, não devendo retornar aos níveis de treino anteriores imediatamente, além de ficar atento na técnica adequada dos exercícios e se manter positivo em relação ao próprio progresso”, diz o fisioterapeuta.

Metrópoles

 

OUTRAS NOTÍCIAS