Prefeitura de Feira paga aditivo milionário a agências publicitárias nesta quarta (19) enquanto terceirizados da Saúde seguem sem salário

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Dois dias após anunciar a suspensão de propagandas em veículos de comunicação, a Prefeitura de Feira publica no Diário Oficial Eletrônico do Município, edição desta quarta-feira (19), dois aditivos milionários para duas das cinco agências publicitárias que servem ao governo. Juntos, os contratos somam mais de R$ 25 milhões.

Um dos contratos aditivados é com a agência Mercado de Propaganda e Marketing LTDA-ME. O contrato N30-2020-07C, no valor global de R$ 4.374.000,00 (quatro milhões, trezentos e setenta e quatro mil reais) foi prorrogado por 12 meses, a contar do termo final, passando o valor acumulado para R$ 13.122.000,00 (Treze milhões e cento e vinte e dois mil reais). Assinado em 5 de janeiro de 2021.

A outra agência é a Cidade Propaganda e Marketing.O contrato N33-2020-07C, com valor global de R$ 3.967.500,00 (Três milhões, novecentos e sessenta e sete mil e quinhentos reais) foi prorrogado por 12 meses, a contar do seu termo final, passando o valor acumulado para R$ 11.902.500,00 (Onze milhões, novecentos e dois mil e quinhentos reais). A assinatura foi em 6 de janeiro de 2021.

Na publicação não constam detalhes e motivos para a concessão dos dois aditivos.

Para propaganda tem dinheiro, mas para saúde não.

Enquanto a Prefeitura de Feira libera aditivos milionários para publicidade, os terceirizados da saúde da cidade sofrem com condições precárias de trabalho, onde faltam materiais básicos, e até papel higiênico e água, segundo relatos de alguns profissionais. Além disso, o sofrimento que se repete mês a mês, com os atrasos nos repasses parar pagamentos de salários já virou rotina, e o secretário de Saúde Marcelo Brito, que curte férias no exterior, tenta se livrar da culpa, colocando em cima da Câmara Municipal, pela não votação da LOA – Lei Orçamentária Anual e engessamento das verbas com a derrubada dos vetos na LDO – Lei de diretrizes Orçamentárias. Mas fica aqui o questionamento, se a LOA e LDO não interferiu no pagamento da publicidade, então porque interfere no pagamento dos salários da saúde? Um problema antigo e uma desculpa nova.

Inicialmente, o prefeito havia colocado na LDO, 64 milhões de reais para a publicidade, sendo 16 milhões para cada ano, mas foi rejeitada pela maioria dos vereadores e um novo texto foi criado, dessa vez, o valor passou para 12 milhões, sendo 3 milhões para cada ano e o restante do dinheiro foi destinado para a saúde e educação.

Todo esse cenário destoa da realidade passada pelo povo de Feira, que é a de funcionários das terceirizadas que prestam serviços na área da saúde sem receberem seus salários, vale transporte e alimentação – a cidade inteira tomada por buracos e obras mal acabadas – iluminação pública precária – os camelôs sofrendo com o novo shopping popular – transporte público sucateado – BRT que não leva ninguém a lugar algum e anúncios do prefeito dizendo que vai desativar unidades de saúde, reduzir a frota do transporte público porque o município não tem dinheiro.

Totalmente incoerente as falas em relação as atitudes da Prefeitura de Feira de Santana.

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