Prefeito pedirá apoio da PF e Ministério Público para investigar denúncias acerca do shopping popular

147692-3

147692-3

A prefeitura municipal irá solicitar apoio da Polícia Federal e do Ministério Público para investigar a situação de cada investidor dos boxes do shopping popular, em Feira de Santana. A decisão foi anunciada pelo prefeito Colbert Martins durante uma reunião, na noite de ontem (28), com vendedores ambulantes e representantes da Associação dos Vendedores Ambulantes da cidade, que denunciaram o suposto uso de ‘laranjas’ por empresários chineses para adquirir lojas no equipamento público.

147693-3

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes de Feira de Santana, Robson Leite, os vendedores estão com muitas dúvidas acerca do shopping popular e os valores cobrados a eles pelos boxes. Além disso, há as denúncias de que chineses estariam tentando comprar lojas no local.

“Nós provocamos essa reunião com o prefeito pra gente tirar dúvidas referentes ao Centro Comercial Popular. Ficamos surpresos porque ele nos disse que também não sabe quase nada do shopping popular. Precisamos fazer novos encontros pra tirar essas dúvidas, e estamos aqui cobrando, pois os valores que foram cobrados são exorbitantes e muitos ambulantes não têm condição de pagar. Custam R$ 80 o metro quadrado mais a taxa de condomínio, que a gente ainda não sabe. E outra preocupação é em relação a várias denúncias de que os chineses estão usando laranjas pra ter os boxes lá dentro, mas esse empreendimento está sendo feito para os camelôs do centro da cidade”, informou Robson Leite.

Ainda de acordo com o presidente da Associação, foi feito um requerimento através do vereador Luís da Feira, na Câmara de Vereadores, bem como a solicitação ao prefeito durante a reunião, para que as denúncias sejam investigadas.

147694-3

O advogado da associação, Magno Felzemburg, destacou que o shopping popular foi construído para atender aos camelôs da Sales Barbosa, Marechal Deodoro e Senhor dos Passos.

“É uma parceria público-privada com alto investimento do poder público. E não é só o dinheiro que a prefeitura gastou, mas o terreno também entra como participação no projeto, então vale muitos milhões. O município deve ter o controle sobre aquilo. A parceria vai ser explorada por 35 anos e o empresário tem muitas garantias, mas foi criado para o camelô”.

Conforme o advogado, houve a denúncia de que um empresário chinês visitou o shopping se dizendo investidor da área, e depois o empresário do consórcio deu uma entrevista numa emissora de rádio dizendo que estava vendendo 300 lojas para o setor privado, as quais seriam lojas âncoras.

“Então isso tudo é uma farsa para poder vender. E a informação que recebemos é que as 300 lojas estão vendidas justamente para o chinês, que tem capital para investir na Bahia e no Brasil. Mas se eles querem investir, que seja numa área privada, e não numa área pública, como o shopping popular. Porque o dinheiro do shopping foi feito com o IPTU, é com o dinheiro do cidadão. Ninguém tem nada contra os chineses e são bem-vindos em nosso país. A questão é que aquela área é pública e foi feita com essa finalidade: acabar com o problema do centro comercial. É por isso que esse shopping existe”, salientou.

147695-3

O prefeito Colbert Martins afirmou que os vendedores encaminharam suas dúvidas e eu vai se reunir com os grupos responsáveis pelo empreendimento.

“Não há nenhum problema com a transparência dos recursos públicos que estão sendo gastos. Nenhum equipamento da prefeitura onde tenha qualquer estrangeiro nós vamos admitir. Onde tiver recursos públicos, os estrangeiros não podem entrar. E vamos pedir à Polícia Federal e o Ministério que nos acompanhem para investigar a situação de cada investidor”.

OUTRAS NOTÍCIAS