Postos de combustíveis abdicam do lucro para promover campanha de reeleição para Bolsonaro

Cars pass by a Petrobras petrol station where the pumps are ready to refuel either with gas (G), alcohol from sugar cane (A) or bio-diesel , on April 15, 2008 in Rio de Janeiro, Brazil. The 30th FAO Regional Conference of Latin America and the Caribbean will be held in Brasilia on Wednesday and UN Special Rapporteur for the Right to Food Jean Ziegler stated Monday that "producing biofuel today is a crime against humanity". AFP PHOTO VANDERLEI ALMEIDA (Photo credit should read VANDERLEI ALMEIDA/AFP via Getty Images)

Donos de postos de combustíveis do Distrito Federal decidiram abrir mão de seus lucros na tentativa de reelegerem o presidente Jair Bolsonaro. A maioria deles está vendendo gasolina a preço de custo.

Segundo representantes do setor, a ordem é queimar caixa neste momento para que a população possa sentir o bem-estar provocado pelo governo, ao forçar o Congresso a limitar a cobrança de ICMS sobre combustíveis até o fim deste ano.

Os donos de postos do Distrito Federal, na sua maioria, apoiam Bolsonaro. Para eles, não há a menor possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, voltar ao poder.

A combinação de preços é informal, para não despertar suspeitas entre os órgãos reguladores. Os empresários veem a zeragem das margens de lucro como uma contribuição indireta à campanha pela reeleição de Bolsonaro.

 

Movimento disseminado

 

Quem acompanha o setor diariamente garante que esse movimento de apoio ao presidente da República não se restringe ao Distrito Federal. Está disseminado por vários estados, com destaques para Rio de Janeiro e São Paulo.

A pergunta que alguns empresários se fazem é até quando conseguirão operar sem margem de lucro, tendo de cobrir despesas com empregados e demais custos operacionais. “Essa politicagem vai quebrar gente”, diz um empresário.

A volta a realidade para os consumidores ocorrerá depois das eleições. Os empresários que agora estão sacrificando os lucros em favor da reeleição de Bolsonaro vão pesar a mão para recompor o caixa. “A verdade virá à tona”, destaca outro dono de postos.

Uma grande preocupação, no entanto, surgiu entre aqueles que atuam para manter o atual ocupante do Palácio do Planalto por mais quatro anos no cargo: o Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a Polícia Federal a realizar buscas e apreensões entre empresários que defendem a volta da ditadura e são suspeitos de financiarem atos antidemocráticos.

“A ordem é de silêncio total. Estão suspensas quaisquer trocas de mensagens que possam ser usadas contra o grupo”, conta um representante do setor. “As conversas para a definição de estratégias, a partir de agora, serão pessoalmente”, acrescenta.

 

Fonte: blogs.correiobraziliense.com.br

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