PM e PF cumprem reintegração de posse em residencial; famílias planejam ocupar ruas de Feira

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Cerca de mil famílias que invadiram o residencial do Minha Casa, Minha Vida, Solar da Princesa Aeroporto, na Avenida Sérgio Carneiro, bairro Santo Antônio dos Prazeres, pretendem ocupar as ruas de Feira de Santana após receberem, de oficiais de justiça, a notificação de reintegração de posse e serem retiradas dos imóveis. O cumprimento da decisão judicial está sendo feito com a presença da Polícia Federal e Polícia Militar.

De acordo com o representante dos ocupantes, Paulo de Tarso, cerca de 3.500 pessoas estão morando no residencial, entre elas, mais de mil crianças, além de idosos. Eles alegam que não têm para onde ir e que durante a Micareta será possível ver as mil famílias desabrigadas pelas ruas da cidade.

“Em assembleia decidimos que saindo daqui vamos ocupar as ruas de Feira de Santana. Inicialmente vamos para a Avenida Getúlio Vargas próximo a prefeitura. Está chegando a Micareta se não for para não ter a Micareta de Feria de Santana não terá”, afirmou.

Eles têm até o dia 21 de abril para desocuparem os imóveis, que pertencem a famílias contempladas pelo programa habitacional por meio de inscrição e seleção. Paulo de Tarso disse também que a Prefeitura Municipal de Feira de Santana e a Caixa Econômica Federal disponibilizaram veículos para os moradores retirarem seus pertences, mas todos resistirão a saída de forma pacífica até o último momento. Eles ocuparam os imóveis no dia 19 de dezembro do ano passado.

“Hoje (19) estamos comemorando quatro meses de ocupação e de forma irônica a prefeitura presenteia estas famílias com a retirada de suas moradias para colocá-las nas ruas. Vamos fazer uma resistência não violenta. Estamos falando de idosos, de cerca de 1.300 crianças que estão aqui e que serão retiradas. Até hoje a prefeitura não se preocupou em enviar assistentes sociais nem conselheiros tutelares para ver a situação delas aqui. Estamos evitando um ato de desrespeito com estas pessoas”, disse.

A prefeitura realizou várias reuniões com os moradores, Paulo de Tarso, por sua vez, afirmou que todos os acordos firmados durante as reuniões foram descumpridos pelo município.

“O Ministério Público, que deveria intermediar estas negociações, nunca se pronunciou, o que para mim é muito estranho. A gente vai cumprir a determinação judicial, agora a forma que vamos cumprir esta determinação judicial será diferente. A gente se recusa a desistir da nossa luta, não assumimos esta desistência, e a gente prefere realmente ser expulso do condomínio, porque a partir do momento que nos expulsam, assumimos a situação de rua”, explicou.

Ed Santos

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