Pobreza menstrual é o termo que ganhou destaque nos últimos anos para se referir a falta de dinheiro para comprar produtos de higiene menstrual adequados. Ela está também relacionada ao problema da falta de acesso à água, saneamento básico e desigualdade social. Segundo levantamento recente realizado sobre o tema no país, 28% das mulheres de baixa renda são afetadas diretamente pela pobreza menstrual e 30% conhecem alguém que é afetado.
O levantamento, realizado pela marca de absorventes Sempre Livre, foi feito com 814 mulheres que menstruam regularmente, entre 14 e 45 anos, representantes das classes CD, via painel on-line com complemento telefônico para classes mais baixas, entre os dias 23 de abril e 10 de maio de 2021.
“Essa nova pesquisa foi feita justamente para atualizar informações sobre dignidade menstrual e saúde íntima, trazendo o tema à tona para que a gente consiga formar uma rede de apoio e fazer a diferença”, diz Cristina Santiago, diretora de Marketing da Johnson & Johnson Consumer Health.
Confira abaixo os principais dados levantados pela pesquisa.
• 28% das mulheres de baixa renda são afetadas diretamente pela pobreza menstrual (cerca de 11,3 milhões de brasileiras) e 30% conhecem alguém que é afetado pelo problema.
• 4 em cada 10 mulheres convivem com o tema pobreza menstrual, pois ou são afetadas ou têm algum conhecido afetado.
• 94% de mulheres de baixa renda não sabem o que é pobreza menstrual. Ou seja, não conseguem identificar quando vivem uma realidade de vulnerabilidade. O desconhecimento é maior entre mulheres mais velhas, da região Centro Oeste e Sul.
• Apenas 29% afirmam já ter ouvido falar sobre o tema pobreza menstrual, mas só 6% declaram que sabem bem o que é. Essas que conhecem bem são um pouco mais jovens, de classe DE, do Sudeste e Norte.
• 40% das mulheres de baixa renda que são afetadas pela pobreza menstrual têm entre 14-24 anos, o que mostra que esse é um problema que atinge, sobretudo, meninas jovens.
• A pandemia piorou a situação: 29% tiveram dificuldades financeiras nos últimos 12 meses para comprar produtos para menstruação e 21% têm dificuldade todos os meses.
• Muitas das mulheres afetadas pela pobreza menstrual fazem uso de produtos não indicados para absorver a menstruação durante o período: sacos plásticos, sacolinha de supermercado, roupas velhas, algodão, lencinho umedecido descartável, toalhas, panos, filtro de café, lenços de papel, papel higiênico e até mesmo jornal ou miolo de pão.
A pobreza menstrual tem reflexo direto na saúde física de pessoas que menstruam:
• Muitas destas mulheres foram afetadas por problemas vaginais nos últimos 12 meses: 28% tiveram infecção urinária ou cistite; 24% tiveram candidíase; 11% infecção vaginal por fungo e 7% infecção vaginal por bactéria.
• Para 51% das mulheres, o mal-estar na menstruação é forte.
• 73% têm vida sexual ativa e o método de proteção mais usado é o anticoncepcional.
• 77% afirmam nunca ter tomado pílula anticoncepcional direto para pular a menstruação, 7% admitem fazer isso algumas vezes quando estão sem dinheiro para comprar absorvente e 11% adotam esse procedimento com acompanhamento médico, pois se sentem muito mal durante a menstruação.