Esta semana foi publicado um estudo pelo “The New England Journal of Medicine”, o qual foi realizado com mais de 7 mil crianças e revelou que um terço dos voluntários que estavam acima do peso quando entravam no jardim da infância continuavam obesos quando chegavam à oitava série. Ainda de acordo com a pesquisa, quase a totalidade das crianças que era muito obesa permanecia acima do peso considerado saudável nesse mesmo período.
A informação chamou a atenção da deputada estadual Graça Pimenta (PMDB), autora de uma proposição apresentada na Assembleia Legislativa (AL) que virou a Lei nº 12.634/2013, a qual institui a Semana Estadual de Educação Preventiva e do Enfrentamento da Obesidade Mórbida, a ser realizada na última semana do mês de setembro. Um dos objetivos desta iniciativa é promover a divulgação de ações preventivas, terapêuticas, reabilitadoras e legais relacionadas à obesidade, além de contribuir para o desenvolvimento de propostas que possibilitem o acesso universal dos portadores do excesso de peso aos serviços públicos.
“A má alimentação das nossas crianças e adolescentes no dia a dia tem me preocupado muito, tanto que elaborei a proposição em questão que, ainda bem, virou Lei, mas ainda não foi colocada em prática. A pesquisa reforça a importância de investir em medidas educativas para reduzir o número de casos de obesidade, principalmente na juventude, e aponta que o risco de que uma criança obesa no jardim de infância também se torne obesa na oitava série é quatro vezes maior que o de crianças com peso normal. Hoje em dia, muitas crianças e adolescentes estão sedentários, preferindo computador, vídeo game e televisão a brincar, correr, praticar algum esporte. Por isso, os pais e responsáveis precisam atentar para a alimentação e o lazer de seus filhos para evitar que eles se tornem obesos na vida adulta. A obesidade é uma doença crônica que causa sérios riscos à saúde e já virou problema de saúde pública. Os obesos têm elevado o risco de desenvolvimento de patologias como o diabetes, hipertensão e doenças do coração”, destaca a parlamentar.
A projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, em 2015, aproximadamente 2,3 bilhões de adultos no mundo vão estar com sobrepeso e mais de 700 milhões serão obesos. Vale salientar que, conforme dados de uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde no ano passado, o excesso de peso já está presente em 51% da população brasileira, sendo que a obesidade está presente em 17,4%. Em Salvador, especificamente, a frequência de obesidade e de excesso de peso na população passou de 9,8% e 39,7% em 2006, para 14,1% e 47,3%, respectivamente. Na capital baiana, o percentual de homens obesos saltou de 9,4% para 9,8% e, com excesso de peso, de 41,9% para 45,8%. Já entre as mulheres a obesidade aumentou de 10,3% para 17,7% e, de excesso de peso, saiu de 37,5% para 48,7%.
