Novo Ensino Médio “bagunça” sistema de ensino em escolas do DF

E-Learning from home. Teenage boy studying from home
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Pais e professores de uma escola de ensino médio do DF se reuniram, na última segunda-feira (30/5), para discutir as notas dos alunos. Com o fim do primeiro bimestre, os responsáveis estavam ansiosos para acompanhar o rendimento dos filhos após a implementação do Novo Ensino Médio. O que as famílias dos alunos não esperavam, contudo, é que a escola não tivesse os boletins dos estudantes.

A escola onde aconteceu o anticlímax de uma reunião de pais e mestres sem boletim é o Centro de Ensino Médio (CEM) 3 do Gama. A falta de organização não é exclusiva desta unidade de ensino. Em 2022, diretores, coordenadores e professores do ensino médio reclamam que enfrentam um caos na educação pública do DF. A origem da bagunça, unânime: as escolas que atendem à última etapa da educação básica começaram o ano letivo sem um sistema de escrituração escolar.

Conforme explica o Manual da Secretaria Escolar, da Secretaria de Educação do DF, a escrituração é “o registro sistemático dos fatos e dados relativos à vida escolar do aluno e da instituição educacional”. É por meio dela que as escolas organizam matrículas, os diários de classe, as atas de resultados finais, o histórico escolar, decisões de conselhos de classe, entre outros documentos vitais para o cotidiano de uma escola.

“É frustrante. Parece que é a escola que está enrolando, que está desorganizada, causa um atrito entre coordenação e professores”, lamentou a diretora do CEM 3 do Gama, a professora Rosilene Nóbrega. Na falta dos boletins, a diretora, constrangida, transformou a reunião de pais e mestres em um conselho de classe participativo. “Uni os professores, todas as turmas, e passamos aspectos gerais de rendimento”, explicou.

Desde fevereiro de 2014, o sistema público de ensino do Distrito Federal usa para organizar a escrituração o software I-Educar, adotado por 80 municípios em todo o país. Para as escolas de ensino médio, no entanto, não é mais possível usar o mesmo programa para a implementação das mudanças previstas pelo Novo Ensino Médio. A principal dificuldade é a organização das disciplinas eletivas, em que cada estudante terá 40% da carga horária com aulas de sua escolha.

A falta de organização do Novo Ensino Médio motivou uma audiência pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), em 26 de maio. Aos distritais, os professores demonstraram revolta em começar uma mudança de currículo importante como o Novo Ensino Médio sem uma ferramenta básica para a prática da docência. Segundo defendem os docentes, na falta de uma resposta rápida por parte do Executivo, cada escola está se virando de um jeito diferente.

 

Fonte: metropoles.com

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