Morre ator Paulo Gustavo, aos 42 anos, em decorrência da covid-19

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Paulo Gustavo, ator carioca conhecido por criar, escrever e protagonizar a franquia Minha Mãe É Uma Peça, morreu na noite desta terça-feira (04) no Rio de Janeiro, vítima de Covid-19. Ele tinha 42 anos de idade. A morte foi confirmada pela equipe do comediante ao UOL.

O ator foi inicialmente internado com coronavírus em 13 de março, e poucos dias depois foi levado para a Unidade de Tratamento Intensivo, precisando ser intubado para respirar através de ventilação mecânica. Sua situação melhorou brevemente mas, no início de abril, o quadro voltou a piorar, e Gustavo precisou ser ligado a um pulmão artificial para conseguir respirar. Já no começo de maio, a equipe médica detectou uma fístula broncovenosa (abertura entre os pulmões e as veias) no ator, que lhe colocou em estado crítico ao causar embolia pulmonar, lesões cerebrais e insuficiência cardíaca. Paulo Gustavo então foi levado às pressas para uma cirurgia de emergência na tentativa de fechar a fístula, mas não resistiu ao procedimento.

Desde o início dos anos 2000, Paulo Gustavo é presença recorrente em séries, novelas, filmes e peças de teatro. Alguns dos projetos que passou incluem as séries A Diarista Sítio do Picapau Amarelo, e também os filmes Divã e Xuxa em O Mistério de Feiurinha. Seu papel de maior renome é, sem dúvidas, como a Dona Hermínia em Minha Mãe é Uma Peça, que foi inicialmente criada pelo ator como um monólogo em 2006 e se tornou uma sensação dos palcos. Anos depois, em 2013, o próprio coescreveu e estrelou uma adaptação cinematográfica em Minha Mãe É Uma Peça: O Filme, dirigido por André Pellenz.

Na época, o filme se tornou um sucesso de público, com 4,6 milhões de espectadores, e arrecadação de R$45,8 milhões, dando início à uma franquia. O último capítulo, Minha Mãe É Uma Peça 3, lançado em 2019, estreou desbancando Star Wars – A Ascensão Skywalker e Frozen 2, e se tornou a maior bilheteria nacional da história, com arrecadação acima de R$180 milhões e público de cerca de 11,5 milhões de espectadores.

Com todo o sucesso da saga, Paulo Gustavo ganhou papéis de destaque em filmes como Os Homens São de Marte… e É pra lá que Eu Vou e a sequência Minha Vida em Marte, e também na série Vai Que Cola, em que foi protagonista.

Paulo era casado com o médico Thales Bretas desde 2015, e em 2019 eles se tornaram pais de filhos Romeu e Gael, que nasceram por meio de barriga de aluguel.

No início da carreira, ator parcelou cenário de ‘Minha mãe é uma peça’ com cheques

Paulo Gustavo com os filhos Romeu e Gael
Paulo Gustavo com os filhos Romeu e Gael Foto: Reprodução
Paulo Gustavo e o marido Thales Bretas
Paulo Gustavo e o marido Thales Bretas Foto: Reprodução

Muito querido no meio artístico, Paulo Gustavo ficou assustado ao ver outros pacientes tão jovens quanto ele no hospital em que estava. Tatá Werneck, uma das melhores amigas, contou que conversou várias vezes com o artista enquanto ele já estava internado, mas ainda sem precisar ser intubado. “O Paulo me ligou várias vezes, bem-humorado, fazendo piada… Ele é maravilhoso. E falou: ‘Tatá, só tem jovem aqui, no corredor do lado… Só tem jovem. Só tem gente de 30, 20, 40 anos’”, lembrou a atriz e apresentadora durante uma live com o escritor e advogado Pedro Siqueira, com quem rezou um terço na intenção do amigo no último dia 23.

Formado pela Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), Paulo Gustavo se destacou em 2006 ao estrear o monólogo “Minha mãe é uma peça” em Niterói, sua cidade natal, vivendo Dona Hermínia, sua personagem mais famosa, inspirada em sua mãe, Déa Lúcia, que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Shell de Melhor Ator. O espetáculo se tornou um fenômeno, visto por mais de dois milhões de espectadores, e ganhou os cinemas. Foram três filmes, todos um sucesso. O terceiro, inclusive, bateu recordes e se tornou a maior bilheteria do cinema nacional.

Paulo Gustavo como Dona Hermínia, personagem de 'Minha mãe é uma peça'
Paulo Gustavo como Dona Hermínia, personagem de ‘Minha mãe é uma peça’ Foto: Victor Pollak

Foi o sucesso nos palcos que lhe abriu as portas da TV. Seu primeiro programa foi “220 volts”, que estreou em 2011 no Multishow, onde lançou inúmeros personagens em esquetes hilários. Nos anos seguintes, protagonizou os humorísticos “Vai que cola” e “A vila”. No fim do ano passado, o “220 volts” virou um especial de Natal da Globo.

“O ‘220 volts’ ocupa um lugar muito especial na minha vida, porque foi o meu primeiro projeto com o Multishow e me abriu muitas portas. Teve uma repercussão muito grande na internet e fez todo mundo me conhecer mais ainda. Eu já vinha do ‘Minha mãe é uma peça’, então, o ‘220 volts’ foi uma virada, quando eu passei a fazer televisão. Eu fui muito feliz nesse programa e fico superorgulhoso de estar num especial de fim de ano da Globo fazendo um trabalho que eu amo tanto”, comemorou o artista na época.

Também no ano passado, a TV Globo confirmou que faria a adaptação de “Minha mãe é uma peça” para uma série no Globoplay.

Na TV, Paulo Gustavo fez participações na minissérie “Divã” (2011) e no humorístico “Ferdinando Show” (2015) e também apresentou algumas edições do Prêmio Multishow de Música Brasileira.

Paulo Gustavo
Paulo Gustavo Foto: Globo/João Miguel Júnior
Paulo Gustavo está internado desde o dia 13 de março
Paulo Gustavo está internado desde o dia 13 de março Foto: Globo/João Miguel Júnior

Informações: Extra

 

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