Larissa Manoela sobre primeira cena de sexo: “Eu me senti muito segura para fazer”

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Larissa Manoela completa 21 anos de idade em 28 de dezembro e não esconde a satisfação em poder ser vista de maneira mais madura em seus novos trabalhos. Envolvida com as gravações de Além da Ilusão, nova novela das 6 da TV Globo, ela está na contagem regressiva para a estreia de Lulli, que será disponibilizado a partir do dia 26 deste mês, na Netflix. No filme, interpreta a protagonista da história, assinada por Thalita Rebouças, e vive uma estudante de medicina que passa a escutar os pensamentos dos outros

Em um bate-papo exclusivo com Quem, Larissa conta que a trama trouxe novas reflexões para ela. “As pessoas estão sem a escuta aguçada, estão deixando de ser empáticas. É importante escutar para poder agregar, ter novos pensamentos. Acho superválido nos posicionar e dar nosso ponto de vista, assim como é importante ouvir o próximo”, afirma Larissa, reconhecendo ter uma situação de privilégio. “Sempre fui muito escutada e sempre ouvi muito. Esse mix é necessário para que a gente possa crescer. Meu trabalho nunca me oprimiu, sempre fui feliz por onde passei e nunca carreguei peso por não ser ouvida – muito pelo contrário. Sempre tive muito espaço para dizer quando estava feliz, quando não estava, quando me realizava, quando eu não queria fazer. Além disso, sempre tive – e continuo tendo – conversas com meus pais”, afirma a atriz, que é filha única de Silvana Taques e Gilberto Elias Santos, responsáveis por seu empresariamento.

Larissa evidencia seu amadurecimento ao estrelar uma cena de sexo no filme e tratar o assunto sem constrangimento. “Eu me senti muito segura para fazer a cena. Já tinha trabalhado com a equipe. Teve carinho e cuidado para lidar com a cena — diria que não é sexual e, sim, sensual. Foi a minha primeira vez no set e tive um parceiro muito gente boa”, afirma a atriz, que contracena com Vinicius Redd na sequência romântica. Ela reconhece, no entanto, que a cena deve gerar comentários para o público e na mídia. “É importante a gente falar sobre isso. Afinal, também estou crescendo. Para mim, nunca foi um tabu, mas para boa parte da sociedade ainda é.”

Larissa Manoela e Vinicius Redd formam par romântico em Lulli (Foto: Suzanna Tierie/Netflix)

Larissa Manoela e Vinicius Redd formam par romântico em Lulli (Foto: Suzanna Tierie/Netflix)

Você protagoniza Lulli, uma comédia romântica que chega no fim do ano ao streaming. Como foi rodar este filme na pandemia?
Estou muito orgulhosa deste trabalho. Foi feito com muita dedicação e com uma equipe maravilhosa, seguindo muitos cuidados. Foi um trabalho minucioso e que tivemos tempo para realizar. Iria começar a rodar antes, aí veio a pandemia, mas acabamos rodando apenas entre outubro e dezembro de 2020 — período em que a situação [da pandemia] ‘despiorou’. Chegamos ao resultado de um filme que emociona, diverte e aborda temas importantes.

Existiu alguma preparação especial?
Tenho uma abertura muito legal com a produção e já tinha trabalhado com o Cesinha Rodrigues [diretor]. Participei de todo o processo, vi cortes sendo feitos. Também tive várias conversas com a Thalita Rebouças. Foi meu segundo trabalho com ela — o primeiro foi o filme Fala sério, mãe, com a Ingrid Guimarães. Nas conversas, a gente se sentiu realizada e conectada em pensamentos, nos pontos em que gostaríamos de chegar. Tenho um carinho gigantesco por este trabalho.

Sua personagem é uma médica residente e tem uma pinta de ambição, enquanto o namorado – que é filho de um médico – tem um outro olhar para a profissão. Representar um papel em uma realidade tão diferente da sua, te trouxe novas reflexões e questionamentos?
Com certeza. A gente vê muito a temática da medicina em filmes e séries. Em Lulli, mostramos os jovens residentes. A realidade está exposta com os privilégios que alguns têm, enquanto outros passam perrengues, mas o desejo que une é o mesmo: o foco e a dedicação pela medicina. A Lulli passa por alguns choques de realidade, que não é como o choque que ela leva na máquina de ressonância.

Larissa Manoela interpreta personagem-título do filme Lulli (Foto: Suzanna Tierie/Netflix)

Larissa Manoela interpreta personagem-título do filme Lulli (Foto: Suzanna Tierie/Netflix)

Você já teve vários projetos voltados ao público infantil e teen. Considera que esta comédia romântica vai conquistar diferentes faixas de idade?
O público poderá me ver como uma atriz mais madura. Para mim, fomos até um ponto que desejava e esperava que fosse. Ficou ainda mais incrível do que pensei. Tenho recebido um feedback muito bom desde que o trailer foi liberado. Percebi que o pessoal ficou curioso.

O filme tem uma cena de sexo com sua personagem. Foi sua primeira cena assim, certo? Quando fez, imaginava o que poderia receber de comentários como “ela era uma menininha outro dia”?
Uhum. Foi sim [a primeira cena de sexo da carreira]. Sabia que isso iria acontecer porque eu mesma, quando li o roteiro, pensei: “Meu Deus, cresci!” (risos). Amo o que eu faço, amo atuar e amo ver que posso, a cada dia, ser uma versão diferente de mim por meio dos meus personagens.

Como foi o ambiente no set de filmagens?
Eu me senti muito segura para fazer a cena. Já tinha trabalhado com a equipe. Teve carinho e cuidado para lidar com ela — diria que não é sexual e, sim, sensual. Foi a minha primeira vez no set e tive um parceiro muito gente boa. A gente levou a parceria de todas as outras cenas para esta cena também, que era mais íntima. Todos tiveram muito cuidado e me senti acolhida, protegida. Em nenhum momento, me senti invadida. Foi um prazer ter percebido esse cuidado e, depois, ter visto o resultado. É uma cena linda e de amor. Nitidamente, fica claro o que aconteceu. Nos meus outros trabalhos, por mais que se falasse por cima, não havia a cena mais íntima como desta vez.

Larissa Manoela e Vinicius Redd em intervalo das filmagens de Lulli (Foto: Reprodução/Instagram)

Larissa Manoela e Vinicius Redd em intervalo das filmagens de Lulli (Foto: Reprodução/Instagram)

Você fará 21 anos e imagino que não tenha sido um tabu, mas sabe que a cena vai ser comentada por aí…
Tenho certeza que muita gente vai falar sobre isso e é importante a gente falar sobre isso. Afinal, também estou crescendo. Para mim, nunca foi um tabu, mas para boa parte da sociedade ainda é.

Com sua personagem, o filme traz a questão da escuta. Você percebe que, atualmente, as pessoas andam mais preocupadas em falar de si e não prestam atenção aos que estão em volta?
A história é muito bem construída porque aborda a questão da escuta. Muitas vezes, a Lulli não escuta os outros. Qual o motivo disso? Talvez porque, muitas vezes, ela escutou que não seria possível chegar ao que almejava. Quando alguém, com tantos privilégios, tem seus problemas, ela acaba achando que não é algo que mereça ser discutido. Todos os personagens têm um outro lado, tudo tem um porquê por trás. As histórias não são rasas. Há profundidade nos assuntos que abordamos. A gente aborda as diferentes realidades sociais, a sororidade entre amigas, a comunidade LGBTQIA+. Li o roteiro e achei incrível porque vivemos um momento em que as pessoas andam olhando só para si mesmas. As pessoas estão sem a escuta aguçada, estão deixando de ser empáticas. É importante escutar para poder agregar, ter novos pensamentos. Acho super válido nos posicionar e dar nosso ponto de vista, assim como é importante ouvir o próximo — mesmo que não saiba se vai te agregar positivamente. Afinal, as opiniões são diferentes de um para outro. É tão simples e é tão bom poder ouvir…

Larissa Manoela em cena com Amanda de Godói na comédia romântica Lulli  (Foto: Suzanna Tierie/Netflix)

Larissa Manoela em cena com Amanda de Godói na comédia romântica Lulli (Foto: Suzanna Tierie/Netflix)

Vivemos em uma sociedade em que muitas mulheres são silenciadas. Você já se sentiu assim – querendo falar e não se sentir escutada?
Sempre fui muito escutada e sempre ouvi muito. Esse mix é necessário para que a gente possa crescer. Meu trabalho nunca me oprimiu, sempre fui feliz por onde passei e nunca carreguei peso por não ser ouvida – muito pelo contrário. Sempre tive muito espaço para dizer quando estava feliz, quando não estava, quando eu me realizava, quando eu não queria fazer. Além disso, sempre tive – e continuo tendo – conversas com meus pais.

Você é filha única e sua relação com eles se mantém sempre próxima?
Meus pais são meus empresários e estão sempre comigo. Isso se estendeu ao meu local de trabalho, no espaço que fui conquistando conforme fui crescendo e tendo a confiança da minha equipe e das pessoas que trabalham comigo. Infelizmente, essa não é a realidade de todos. Eu me coloco de forma muito disponível, inclusive nas redes sociais, para saber de relatos de pessoas que precisam de coragem para se assumir, para sair de casa, para falar que não está feliz,,, A minha realidade é tão transparente que as pessoas acabam ficando à vontade de falar assuntos pessoais e íntimos para mim. Fico feliz e realizada. É um privilégio de ter a voz ativa no meu âmbito pessoal e profissional.

Modo Avião, seu filme anterior, foi bastante assistido fora do Brasil. Espera repetir a dose com Lulli?
Tenho a concepção de que meus filmes na Netflix sejam assistidos em momentos de lazer, mas também que tenham uma mensagem que possam levar para a vida.Fico feliz que seja distribuído para o mundo e que, globalmente, possam ver essa história e se identificar com ela. É um filme que a pessoa pode assistir descontraída, no sofá de casa, com o namorado, com a família. Tratamos um assunto atual e que pode ser abordado de uma forma ampla. Com muito orgulho, escolhi fazê-la e dar vida a ela.

Larissa Manoela entre os pais, Silvana e Gilberto (Foto: Reprodução/Instagram)

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