Infecção urinária mata? Entenda o que causou a morte de jovem em Conceição do Coité

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Na última segunda feira, 03, a população de Conceição do Coité, região sisaleira, entrou em choque com o falecimento precoce de Helida Luzia Oliveira Soares, de 32 anos.
Oito dias antes de ser levada para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Lauro de Freitas, Hélida apresentou uma infecção urinária e agravou após obter cetoacidose diabética.

Hélida teve o diagnóstico de diabetes durante a gestação do seu único filho de 4 anos, Miguel.

De acordo com informações dos familiares, Hélida teve todos os cuidados possíveis referente ao problema adquirido na gravidez porém, ninguém imaginava que chegaria ao final tão triste.

“Estava tudo normal. Ela começou sentir os sintomas de infecção urinária e quando fomos para o hospital, foi solicitado a regulação para transferência pois, a única informação foi que a glicose estava descompensada”, contou Marcelo, viúvo da jovem.

Foram oito dias lutando para retomar a saúde e apesar das tentativas da equipe médica em salvar a jovem, infelizmente os recursos da medicina não tiveram êxito.

“Hélida era uma menina extremamente linda, carinhosa e amorosa. Não é fácil aceitar a partida dessa doce mulher porém, o que nos resta é orar pela alma dela. Deixou uma criança linda que será amparado por todos os familiares e um legado de amor aqui na Terra”, afirmou uma moradora de Coité que preferiu não ser identificada.

Afinal, uma infecção urinária pode causar a morte? O que é cetoacidose diabética? Quais as causas? Sintomas?
Tratamento?

Segundo a Endocrinologista e
Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Dra. Andressa Heimbecher Soares, cetoacidose diabética ocorre mais comumente em pacientes com diabetes tipo 1, mas também acontece em pacientes com diabetes tipo 2.

“É uma emergência médica, e acontece quando os níveis de açúcar (glicose) no sangue do paciente diabético encontram-se muito altos e estão acompanhados do aumento da quantidade de cetonas no sangue também.

Saiba mais sobre a cetoacidose diabetica

Doenças comuns que podem desencadear cetoacidose diabética incluem Infecções (como pneumonia e infecção do trato urinário), Ataque cardíaco, Acidente vascular cerebral, Pancreatite

Sintomas

Sede intensa e boca seca;
Aumento da frequência das micções e da quantidade da urina;
Hiperglicemia;
Altos níveis de corpos cetônicos na urina;
Pele seca;
Fadiga intensa;
Respiração rápida e superficial;
Náuseas, vômitos e dor abdominal;
Hálito com odor acentuado de acetona,
Confusão mental

Diagnóstico

Além da avaliação clínica considerando os sinais e sintomas da doença, exames laboratoriais de sangue e de urina ajudam a confirmar o diagnóstico da doença.

Prevenção

Algumas medidas simples permitem prevenir as crises de cetoacidose diabética. Entre elas destacam-se:

Informar-se sobre os sintomas da cetoacidose para reconhecê-los precocemente;
Tomar rigorosamente as doses de medicamentos prescritas pelo médico;
Controlar os níveis de glicemia no sangue e os corpos cetônicos (cetonúria) na urina, mesmo em casa, utilizando fitas desenvolvidas para esse fim;
Procurar assistência médica, quando as taxas estiverem elevadas ou nos quadros infecciosos e febris.

Tratamento

O tratamento da cetoacidose é hospitalar e inclui a administração de insulina, hidratação endovenosa, correção das alterações dos íons no sangue (principalmente de fosfato, sódio e potássio) e acompanhamento dos níveis de consciência.

Recomendações para os portadores de diabetes

Como gripes, resfriados, diarreias, infecções urinárias e sinusites podem precipitar a cetoacidose, os portadores de diabetes devem:

Na vigência de processos infecciosos, medir a temperatura a cada quatro horas e, se tiver febre, tomar um copo de água a cada uma ou duas horas;
Não interromper a alimentação nem a aplicação de insulina;
Durante as crises, medir a glicemia e a cetonúria a cada quatro horas;
Procurar serviço de pronto-atendimento se as últimas duas glicemias estiverem maiores do que 250 mg/dl e os últimos testes de cetonúria forem positivos

Redação com Informações do site Drauzio Varella e Sociedade Brasileira de Endocrinologia

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