Inadimplência e taxas de juros cobradas por instituições financeiras registram aumento no primeiro semestre

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A inadimplência e as taxas de juros cobradas por instituições financeiras registraram elevação no primeiro semestre deste ano refletindo as dificuldades econômicas da população frente à inflação alta e a trajetória de subida nos juros básicos.

De acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta segunda-feira, a inadimplência dos recursos livres em junho chegou a 3,6% contra 3,1% em dezembro do ano passado. O maior nível antes desse havia sido registrado em junho de 2020, quando a inadimplência chegou em 3,7%.

Apesar desse movimento, o patamar ainda é inferior ao registrado antes da pandemia, quando a taxa costumava ficar em torno de 4%. Para empresas, a inadimplência ficou em 1,7% contra 1,5% no final de 2021 e para pessoas físicas a elevação foi de 4,4% para 5,2%.

A inadimplência no cartão de crédito entre as camadas mais pobres da população vem subindo. A modalidade tem os juros mais caros do mercado quando há atraso na fatura com o rotativo chegando a 370,4% ao ano em junho. Esse é o maior patamar desde agosto de 2017, quando o rotativo custava 428% ao ano.

Já as taxas de juros subiram em menor nível para as empresas. Em dezembro do ano passado, a taxa média cobrada era de 19,7% ao ano e chegou a 22,6% em junho, o maior nível desde novembro de 2017 quando a taxa chegou a 23%.

Para pessoas físicas, a elevação foi de 45% para 51,5%ao ano no mesmo período. O maior nível antes do registro no último mês de junho há dois anos. Em junho de 2019, a taxa média cobrada foi de 52%.

O capital de giro, uma das principais linhas de crédito para empresas, teve a taxa média de juros elevada de 14,9% ao ano em junho de 2021 para 23,3% em junho de 2022.

Para pessoas físicas a alta foi em patamar parecido no crédito pessoal. De 32,6% ao ano na metade do ano passado para 41,4% em junho deste ano.

Com isso, a taxa média dos juros cobrados no total subiu de 33,8% para 39%, maior patamar desde abril de 2018, quando a média chegou a 40,6% ao ano.

O custo do empréstimo acompanha as elevações na taxa básica, a Selic, que estão acontecendo desde março de 2021. Lá atrás, a Selic estava em 2% e chegou a 13,75%, patamar atual.

Todas as taxas consideram os recursos livres, ou seja, aquelas modalidades que não têm condições estabelecidas pelo governo.

Concessões em alta

Apesar desse cenário, as concessões de crédito continuam em alta e subiram 27,8% na comparação entre o primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2021.

Por exemplo, em junho deste ano foram concedidos R$ 449 bilhões contra R$ 377 bilhões no mesmo mês do ano passado.

Entre pessoas físicas, o destaque vai para o uso do cartão de crédito, que subiu para R$ 180 bilhões em junho deste ano contra R$ 131,2 bilhões em junho de 2021.

Para empresas, o desconto de duplicatas e recebíveis registrou R$ 75 bilhões concedidos em junho contra R$ 63,6 no mesmo mês do ano passado.

Fonte: O Globo

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