Imprensa internacional: os corruptos deram as cartas

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A imprensa internacional, a começar pelo prestigiado The New York Times, dos EUA, apontou com precisão milimétrica: Dilma foi julgada no impeachment por políticos acusados de terem cometido crimes bem mais graves do que os a ela atribuídos.

Começa por Eduardo Cunha, o presidente, que tem seis projetos no STF, todos oriundos da Lava Jato.

Depois, dos 48 deputados federais que respondem a processos, grande parte da Lava Jato, 40 votaram sim.

Tal prática é corrente no Brasil, alguém apontar o outro com os dedos sujos. O impeachment de Dilma prestou esse serviço à nação, o de desnudar amorais travestidos de moralistas.

O caso da deputada mineira Raquel Muniz (PSB) é emblemático. A lamentar apenas que não tenhamos fatos como o impeachment para despertar o interesse público sempre.

Raquel e o marido santo

A deputada Raquel Muniz (PSB-MG), na hora de votar, carregou ao elogiar o marido, Ruy Muniz, prefeito de Montes Claros:

— A corrupção que assola o nosso país é a ferrugem que impede o desenvolvimento. Não podemos mais permitir essa situação. Em Montes Claros, minha cidade natal, o prefeito Ruy Muniz, senhoras e senhores, criou a Secretaria de Prevenção à Corrupção. E lá, temos lutado para dar mais qualidade de vida aos montes-clarenses, para garantir dignidade à nossa gente. Isso é para dizer que o Brasil tem jeito. Por Montes Claros, por Minas Gerais, sim, sim, sim!.

Ontem, a PF prendeu Ruy Muniz, acusado de corrupção com dinheiro da saúde.

Mais corrupto

Aliás, corruptos desse tipo deveriam ter pena em dobro. Ruy Muniz é acusado de boicotar os hospitais públicos para favorecer os hospitais particulares de parentes dele. Isso simplesmente mata gente.

Para Raquel, tão estridente ao votar pelo impeachment de Dilma, o nome da operação diz tudo: máscara da sanidade.

Palmas para ela. À PF, ressalte-se.

Senado baiano

Se a Bahia foi a bancada que mais deu votos contra o impeachment de Dilma (22 dos 39) na Câmara, no Senado a tendência é a mesma. Lídice da Matta (PSB) já disse que é contra. Otto Alencar (PSD) diz ostensivamente que vota contra, porque não vê crime de responsabilidade, e Walter Pinheiro (sem partido) foi citado por uma pesquisa do estado de São Paulo como indeciso, mas não gostou:

— Indeciso uma ova. Eu tenho posição. Só não quero dizer.
Pinheiro, Otto e Lídice costumam agir em conjunto.

Vergonha perdida

Aliás, comentando a votação do impeachment, Otto Alencar citou Eduardo Cunha para alertar sobre o baixo nível moral que impera no Congresso:

— 23 deputados o chamaram de corrupto, ladrão ou de gângster. E ele só fazia rir. Se fosse sério, reagiria no ato.

Agora bombeiro

Antes, um dos mais ardorosos defensores do impeachmente, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB), aliado de Temer, agora é bombeiro.

Votou sem discurso, apenas disse ‘sim’. E diz porque: ‘O momento é de reflexão’.

FONTE: bahia.ba por Levy Vasconcelos

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