Hospital de Campanha de Feira de Santana participa de estudo sobre medicação para tratamento da Covid-19

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No Hospital de Campanha de Feira de Santana, pacientes internados com sintomas moderados de Covid-19 estão participando de um estudo sobre um medicamento para tratamento da doença.

A pesquisa clínica, em Feira, é coordenada pelo Instituto de Ensino e Terapia de Inovação Clínica AMO (Etica) e está em fase II. Essa pesquisa é coordenada pelo médico coordenador clínico da unidade hospitalar, Valdir Cerqueira. 

 Doutor Valdir Cerqueira de Sant’Ana Filho é médico graduado pela UFBA, cirurgião geral e está fazendo Mestrado em Tecnologias em Saúde pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Ao Bom Dia Feira na manhã desta quinta (04), ele explicou sobre esse estudo. 

“Tem 45 dias que iniciamos esse estudo, e o objetivo é testar o uso do usufiram em pacientes com Covid moderado. Essa medicação é antiga, já utilizada desde a década de 50 e o principal foco dessa medicação era tratar pacientes com vicio em álcool. Com os estudos observamos que essa medicação possui algumas propriedades anti-inflamatórias e já está sendo testada em algumas doenças, e analisamos porque não testar também no Covid e ampliar as opções terapêuticas. Esse estudo está na fase II e estamos testando o uso da medicação”.

Doutor Valdir explica que até o momento não existe nenhum tratamento especifico para a Covid-19, e o que temos, são medicações que ajuda ao nosso corpo combater a doença e reduzir todos os danos que a doença causa.

“O nosso objetivo, é dar ao nosso organismo, condições para que ele resista e com isso consiga superar a doença com a maior a velocidade possível. A ideia da medicação é agir em casos com Covid moderado, onde a inflamação pelo vírus já causa algum dano, e com esse estudo, vamos tentar reduzir o processo inflamatório. Se a agente conseguir descobrir medicações que consiga reduzir a infamação, o paciente com vírus vai ter menos danos e a gente consegue abreviar o quadro clinico”.

“Se a gente consegue usar medicações que cause menos lesões, logo a gente vai reduzir as sequelas. A gente hoje visa não só tratar a doença, mas reduzir o máximo ás sequelas, para que o paciente volte mais rápido possível a sua vida normal”.   

Perfil do paciente para participar do estudo

“Para poder selecionar pacientes, a gente parte de alguns requisitos; o paciente quando entra na unidade, a gente verifica como está o quadro clinico dele, o quanto ele precisa de oxigênio, e a idade que também conta. Nesse estudo estamos trabalhando com pacientes acima de 50 anos e com morbidades, porque os dados que temos hoje, mostra que esses pacientes tem quadros mais graves, apesar dos jovens estarem apresentando quadros mais graves também, porém eles, tendem a se recuperar mais rápido. Quando a gente identifica um paciente que tenha o perfil adequado para o estudo, para o estudo, primeiro convidamos para participar, apresentamos para ele um termo de consentimento livre, esclarecido onde todas as dúvidas, verificamos se ele tem o habito de beber , se ele pode se comprometer a não ingerir bebida durante um mês, a partir da data de inicio do estudo. Se ele concordar, passa por uma série de exames laboratoriais poder confirmar que de fato está  apto para o estudo e após esses exames em mãos e dando ok, iniciamos o tratamento”.  

Quando usado junto com álcool, o medicamento causa uma série de efeitos colaterais que podem ser muito desagradáveis, até mesmo graves. Segundo o médico, no caso do estudo, segue esse protocolo rigoroso, porque a medicação age inibindo a quebra do álcool no organismo. “Nossa maior preocupação que os pacientes não bebam, é que ele vai passar mal e vai atribui á medicação o fato de ter passado mal, quando na verdade foi por ter ingerido a bebida alcoólica”.  

Ainda de acordo com o coordenador do Hospital de Campanha, esse estudo está sendo conduzido em um hospital de Califórnia nos Estados Unidos, e no Brasil, apenas no estado da Bahia, no Hospital de Campanha, Hospital Espanhol, Hospital Português e no Hospital da Bahia.

“O objetivo é alcançarmos juntos 200 pacientes. No período que o paciente estiver em tratamento, durante 14 dias, ele vai passar por um acompanhamento médico, será feito exames, tomografias e passarão por consultas. Após 28 dias a gente confirma se o paciente está realmente bem e ai encerra o estudo”. 

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