Governo anuncia corte de gastos de R$ 10 bilhões

Juros - divulgação

 

Juros - divulgação

O governo anunciou nesta segunda-feira (22), um corte de gastos de R$ 10 bilhões com objetivo de ajudar o Banco Central no controle da inflação.

O valor, porém, ficou abaixo do previsto inicialmente e deve ser insuficiente para cumprir a meta de economizar 2,3% do PIB para pagar juros da dívida, o chamado superávit primário.

No início de julho, quando a equipe econômica decidiu fazer um novo contingenciamento nas despesas chegou-se a cogitar um corte maior, de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões.

No entanto, o número final foi menor devido à dificuldade em conter as despesas sem atingir áreas prioritárias –como infraestrutura, educação e saúde– e ao temor de parte do governo de que um corte muito amplo piorasse ainda mais o já fraco desempenho do PIB (Produto Interno Bruto).

Nos últimos dias, os ministérios que integram a junta orçamentária –Fazenda, Planejamento e Casa Civil– divergiram sobre o tamanho do bloqueio. Segundo técnicos da Fazenda, um corte muito abaixo de R$ 10 bilhões daria um sinal ruim ao mercado financeiro sobre a credibilidade da política econômica. Preocupados com o crescimento, Planejamento e Casa Civil chegaram a defender um corte bem menor, próximo a R$ 5 bilhões.

INFLAÇÃO

O superavit serve para manter sob controle a dívida pública. Ao conter os gastos do governo, porém, contribui também para reduzir a demanda na economia, tirando pressão sobre os preços.

A inflação acumulada em 12 meses está em 6,7%, acima do teto da meta do governo (6,5%).

O governo Dilma Rousseff tornou prioridade o combate à inflação alta devido ao impacto desta na popularidade do governo e no próprio desempenho da economia, na medida em que preços altos corroem o poder de compra da população e encarecem a produção nacional.

A meta original de superavit primário para o setor público (União, Estados, municípios e parte das estatais) era de 3,1% do PIB. Diante das perdas de arrecadação com as desonerações e devido ao fraco desempenho da economia, o governo reviu a meta para 2,3% do PIB.

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