Games ‘play to earn’: Novo modelo de jogos com criptomoedas atrai usuários com chance de ganhar dinheiro

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Quando o assunto é blockchain e criptomoedas, muito se fala sobre o lado financeiro e como ambas podem revolucionar o meio. A questão é que não é só na nossa relação com o dinheiro que a tecnologia existe, havendo diversas formas de se aplicar o sistema descentralizado no dia a dia.

Um bom exemplo dessa diversidade de usos são os games, que já encontraram mais de uma maneira para aproveitar o blockchain em prol de mudanças significativas em como nos relacionamos com os jogos. Por mais que o holofote do momento esteja na arte digital e em como as NFTs revolucionam transações no mercado, a tecnologia por trás dos tokens não fungíveis também ajuda os games a saírem do controle de suas produtoras e se tornarem grandes ecossistemas onde os jogadores de fato detém o controle de suas conquistas.

Em outras palavras, o famigerado sistema “pay to earn” – que monopoliza as idas e vindas do mercado de jogos – perde força com o blockchain e abre espaço para o “play to earn”, onde pessoas do mundo inteiro podem se divertir, fazer amigos e são remuneradas enquanto jogam. Tudo de forma descentralizada e justa, como a tecnologia bem pede.

Quem percebeu o potencial disso foi uma pequena comunidade rural nas Filipinas, cujos jogadores vem registrando uma renda mensal de R$ 2,1 mil com o jogo “Axie Infinity”. Além de ser um valor superior ao salário mínimo nacional, é uma grana que vem auxiliando parte da população a sobreviver à pandemia do Covid-19, que provocou uma crise financeira profunda ao paralisar o sustento da esmagadora maioria do povo – até porque grande parte sobrevive de negócios bancados em vendas diárias.

Tudo porque o jogo funciona com base no investimento e venda dos Axies do título, animais virtuais de estimação baseados em NFT que são usados para batalhas e coleção. A popularidade do game na região levou a um aumento das taxas de admissão para novos jogadores e ao lançamento de um fundo de apoio para contornar a situação, mas também permitiu que muitos filipinos ganhassem o sustento dentro das partidas online – famílias inteiras se revezaram para jogar “Axie Infinity” por até 20 horas no dia.

Mais possibilidades

Além do caso dos filipinos com “Axie Infinity”, são vários os exemplos de games que já buscam implementar esta lógica. Uma inspiração comum a quase todos está em “CryptoKitties”, jogo lançado em 2017 e que ajudou a popularizar as NFTs em seus primeiros momentos graças à lógica de criação e customização de gatos que é central à sua proposta. Tudo porque nenhum dos animaizinhos concebido dentro da plataforma é de posse da Axiom Zen, mas do usuário: cada gatinho conta com uma identificação que fica sob responsabilidade do jogador.

Essa não é a única possibilidade quando se trata de jogos rodados em blockchain, porém. O mais interessante da tecnologia é como ela se adapta aos mais diferentes gêneros e usos, e isso vale para cá.

O jogo de colonização planetária “0xUniverse”, por exemplo, aproveita a blockchain para fabricar um universo finito de planetas, cujos terrenos são gradativamente reivindicados pelos jogadores. Já “Gods Unchained” leva para o virtual o colecionismo dos jogos de cartas, dando aos jogadores controle completo sobre os itens que possuem e promovendo a busca por cartas raras e de quantidade limitada. O “Lightnite”, enquanto isso, altera a dinâmica dos games de tiro ao tornar os itens das partidas individuais de cada jogador – ou seja, quando alguém morre e deixa cair armas para saques pelo adversário, ele de fato está perdendo aqueles objetos.

O mais legal é como cada um destes jogos permite uma maneira diferente de aprender sobre os mecanismos da blockchain sem precisar investir em criptomoedas no caminho. Agora imagine se o “FIFA”, o “Fortnite” e o “League of Legends” enxergam o potencial disso e instituem a tecnologia em suas operações? O futuro está logo ali, e já dá pra aprender muito com o joguinho que você brinca pra desestressar!

Informações; B9

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