Fernando Collor (PROS-AL) busca apoio de Bolsonaro e ganha espaço no planalto

O plenário do Senado aprovou o requerimento de  urgência da análise do ofício do Supremo que afastou o senador Aécio Neves, mas a votação do mérito ficou para terça-feira (2).Foto: Sérgio Lima/PODER 360
O plenário do Senado aprovou o requerimento de urgência da análise do ofício do Supremo que afastou o senador Aécio Neves, mas a votação do mérito ficou para terça-feira (2).Foto: Sérgio Lima/PODER 360

Acompanhando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em duas viagens ao Nordeste, e tendo aparições cada vez mais frequentes no Palácio do Planalto, o senador e ex-presidente Fernando Collor (PROS-AL) vem ganhando cada vez mais abertura no governo federal recentemente, marcando a reversão de visão que um manifestava sobre Bolsonaro até pouco tempo atrás.

Na primeira delas, durante uma inauguração de obras em Piranhas (AL), em novembro, antes do primeiro turno das eleições municipais, o presidente afirmou que Collor era “um homem que luta pelo interesse do Brasil”.

O senador alagoano também participou há dez dias de uma reunião do chefe do Executivo com a equipe econômica para discutir o impacto do novo reajuste dos preços dos combustíveis.

Políticos no Congresso Nacional apontam que a aproximação de Collor com o Planalto deu-se pelas mãos do novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Lira estaria então compensando o senador por conta de uma indicação a reeleição que não deu certo, com a aproximação com o Palácio do Planalto. Essa nova relação significaria para Collor a oportunidade de se tornar o candidato de Bolsonaro para a próxima eleição ao Senado em Alagoas.

Do lado do Palácio do Planalto, aliados divergem na análise dessa nova relação e sua importância para o governo.

Uns apontam que se trata apenas de satisfazer o desejo de Lira e assim manter uma boa relação com o novo presidente da Câmara —Casa que tem a prerrogativa de instaurar processos de impeachment— e com o bloco que dá suporte ao governo, mesmo que o preço seja se associar a um ex-presidente que renunciou às vésperas de sofrer um impeachment e que seja investigado pela Operação Lava Jato.

Uma liderança do governo no Congresso, por outro lado, relata ser importante uma boa relação com ex-presidentes, principalmente para a imagem de Bolsonaro no exterior, mostrando que não é um político isolado.

Esse parlamentar também acrescenta que Collor pode ser um bom conselheiro para temas de relações internacionais e meio ambiente. Isso porque o ex-presidente mantém uma visão pragmática de política externa, que seria um contraponto à visão mais ideológica predominante no governo.

Ele cita que o senador, quando presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores), viajou para a Coreia do Norte e para o Irã.

Em relação ao meio ambiente, a proximidade com Collor poderia ser usada para melhorar a imagem do Brasil no exterior, marcada pela alta dos desmatamentos e queimadas.

Informações: Politia Livre

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