Famílias de PMs descartam uso de suplementos químicos; curso foi suspenso

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Diante das mortes de dois policiais militares e a internação de outros dois, o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, determinou, ontem, a suspensão imediata do processo seletivo do Curso de Operações Policiais Especiais (Copes). “Será até o resultado da toxicologia e depois dos outros candidatos voltarem a fazer novos exames médicos, bem como termos os resultados das apurações”, disse Barbosa.

O soldado da PM Luciano Fiuza, 29 anos, morreu, na noite de quarta-feira, no Hospital Aeroporto, dois dias depois de passar mal durante um exame físico do Copes, porta de entrada para o Batalhão da Polícia de Choque da Polícia Militar. Na terça-feira, morreu o soldado Manoel dos Reis Freitas Júnior, no mesmo hospital.

Fiuza, que era lotado no 12º Batalhão (Camaçari), foi sepultado ontem com honras militares, no cemitério Campo Santo, na Federação. Freitas, que era natural de Valença e era lotado na 4ª Companhia Independente de Polícia Militar, em Macaúbas, na Chapada, foi sepultado em Valença, sua  cidade natal, na quarta-feira.

Até o fechamento da edição, às 22h, o tenente Joserrise Mesquita de Barros estava internado em estado grave, porém estável, no Hospital São Rafael, segundo o Departamento de imprensa da Polícia Militar. Policiais militares comentavam, ontem à noite, nas redes sociais que ele estaria sedado, respirando por aparelhos e com rim e fígado comprometidos. A PM confirmou apenas que ele aguardava transplante de rim. Já o soldado Paulo David Capinam, 26, teve alta, ontem, do Hospital São Rafael.

No exame, 67 policiais militares corriam 10 quilômetros em 60 minutos, de calça de fardamento e coturno. A prova, realizada no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, era uma das etapas do Teste de Habilidade Específica (THE). As outras etapas incluem transposição de muro, subida no cabo vertical, transporte de carga, deslocamento em meio líquido, flutuação uniformizado e apneia na água.

“Já tem inquérito militar e parentes e médicos serão ouvidos. O prazo da perícia vou saber pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT)”, declarou Barbosa. Segundo a assessoria de comunicação do DPT, a lei estabelece 10 dias para emissão dos laudos, com possibilidade de prorrogação, o que leva a uma média entre 15 e 30 dias, a depender do tipo de exames complementares solicitados.

Ainda de acordo com Barbosa, o inquérito vai apurar se houve excesso tanto por parte dos candidatos – neste caso, se houve uso de substâncias química antes do exame – quanto ao suposto exagero no treinamento. “Vamos investigar todos os fatos, tanto da administração quanto as condutas individuais dos candidatos”, declarou o secretário da Segurança Pública.

O diretor de comunicação da PM, capitão Marcelo Pitta, informou que a Polícia Militar está na fase de colher depoimentos. “Tem muita gente para ser ouvida e isso deve demandar tempo. Aguardamos também os laudos periciais”, disse.

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