Ficou decidido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, o arquivamento do inquérito aberto para investigar o ex-presidente José Sarney (PMDB) e os ex-senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) por suposta tentativa de atrapalhar as apurações da operação.
Fachin aceitou uma recomendação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), feita em setembro pelo ex-chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot. O inquérito foi instaurado baseado na delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
Sem o conhecimento dos interlocutores, ele entregou à PGR áudios que gravou, onde um deles, Jucá diz que somente uma mudança na chefia do Poder Executivo seria capaz de “estancar a sangria” representada pela Lava Jato.
No parecer em que pediu o arquivamento do caso, Janot argumentou que uma eventual intenção dos envolvidos não configura o crime de obstrução de Justiça.
Ainda conforme o procurador-geral, a gravação revelou “toda estratégia então planejada”. “Certamente, se não fosse a revelação, os investigados tentariam levar adiante seu plano”, registrou no documento.