Exército diz que vai barrar pessoas com máscaras na missa do Papa

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A disposição do papa Francisco em manter contato com o povo durante sua visita ao Rio de Janeiro na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será mantida somente com uma condição: que essas pessoas não usem máscaras.

A determinação partiu do Exército depois das manifestações que ocorreram na capital fluminense na noite de quarta e prosseguiram durante a madrugada de ontem. A restrição é para a área de Guaratiba, Zona Oeste do Rio, onde o papa celebrará a missa de encerramento da JMJ. A informação foi dada pelo general José Alberto da Costa Abreu, coordenador de segurança da JMJ pelas Forças Armadas.

“Os mascarados serão impedidos de entrar. Não é um espaço, lá em Guaratiba, para que um elemento em atitude hostil, utilizando uma máscara, possa entrar. Não vamos permitir que isso aconteça”, disse o general.

Costa Abreu detalhou o esquema de segurança da visita do papa ao Brasil em uma coletiva de imprensa no Forte de Copacabana, na Zona Sul. Foram apresentadas as ações de apoio do governo federal à JMJ, que tem início na terça-feira (23).

Desde que a onda de protestos se alastrou pelo país, os manifestantes têm utilizado máscaras, parte delas para praticar atos de vandalismo, ou para se proteger de possíveis ataques de bomba de gás lacrimogêneo, utilizado por policiais militares para dispersar os manifestantes.

Cartazes 
Segundo o militar,  caso apareça um cartaz de protesto, na área dos peregrinos, em Guaratiba, será avaliado se o cartaz acabará recolhido ou não. Segundo Abreu, cada caso será avaliado separadamente.

Tudo depende do ânimo e do momento. E assim, avaliamos se deixamos acontecer ou não. A nossa missão é garantir a segurança dos peregrinos e do papa”, afirmou o general.

O planejamento prevê ainda que os militares mais próximos dos peregrinos estejam desarmados. Eles estarão fardados, mas sem armas letais ou não letais. Os militares armados estarão nas três “barreiras” criadas antes de chegar ao campus onde os peregrinos acompanharão a missa.

Ele informou ainda que cerca de 1.200 homens vão atuar na segurança do Campo da Fé, local onde é esperado o maior público da Jornada. “Dentro da área do altar haverá 400 homens. No Campo da Fé serão 800 militares: 300 de segurança pública, mais 100 homens do Batalhão de Guarda”.

Veículo
Outra preocupação adicional dos militares é a dispensa da santidade em usar um veículo blindado. “Claro que o papa em não vir com veículo blindado é uma preocupação. Mas é uma escolha dele. Ele prefere utilizar o papa- móvel aberto, não gosta de se deslocar de helicóptero pela cidade. Se fosse tudo blindado, seria mais cômodo para nós”, reconheceu Abreu.

Segundo o general, o efetivo coordenado  pela Coordenadoria de Defesa Aérea do Rio para a Operação Papa  é de 13.700 homens, sendo 10.200 das Forças Armadas, 1.300 homens da Força Nacional de Segurança, além de agentes e policiais dos Órgãos de Segurança e Ordem Pública.

A CDA/RJ terá poder de polícia na área de Guaratiba, nas estruturas estratégicas e em Aparecida, em São Paulo, que vai receber a visita do papa no dia 24. Ainda segundo Abreu, a CDA/RJ coordenará a atuaçao dos órgãos policiais também  na presença da presidente Dilma Rousseff.

A presidente tem um encontro previsto com o pontífice no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. De acordo com o secretário da Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, não estão previstas alterações na agenda, mas no Palácio do Planalto já se avalia mudar o local do encontro.

Os ministros da Justiça,  José Eduardo Cardozo, e o da Defesa, Celso Amorim, também tentam convencer emissários do Vaticano da necessidade de aumentar medidas de proteção ao pontífice.

Vândalos deixam rastro de destruição no Rio
O que parecia ser um protesto pacífico, iniciado na tarde de quarta, acabou em atos de destruição, deixando nos bairros do Leblon e Ipanema, área nobre do Rio, um cenário de terra arrasada.  Manifestantes com rostos cobertos destruíram agências bancárias, lojas e o mobiliário urbano dos bairros.

A manifestação seguia com tranquilidade até o grupo tentar se aproximar do prédio em que mora o governador do Rio, Sérgio Cabral, na Rua Aristides Espínola, Leblon. Os policiais foram atingidos com pedras, reagiram e a confusão começou.

Na Ataulfo de Paiva, principal avenida do Leblon, pelo menos seis bancos foram depredados. O mesmo ocorreu com abrigos de ônibus, lojas, totens de propaganda e relógios de rua. Muros foram pichados com ‘Fora Cabral’ e barricadas de fogo impediam a passagem de carros.

Duas lojas foram  saqueadas: Toulon, de roupas, e Lidador, de bebidas. “Essa loja nós temos há mais ou menos uns sete, oito anos. Agora eu nunca vi uma maldade tão grande”, desabafou, em lágrimas, o empresário Eduardo Balesteros, dono da Toulon.

No tumulto, PMs lançaram bombas de gás em bares tradicionais como o Jobi e a Pizzaria Guanabara, que estavam cheios. Nove pessoas, presas em flagrante, responderão por formação de quadrilha.  Horas depois do vandalismo,  o comandante do Estado Maior da PM, coronel Pinheiro Neto, disse que o acerto com as entidades de direitos humanos não foi suficiente para impedir a depredação.

“Vamos fazer uma reavaliação. O que foi acordado não está de acordo com a boa prática policial. Havia o entendimento da sociedade organizada que a dispersão (com gás lacrimogêneo) provocava essas depredações”, disse.

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