Ex repórter trans da TV Aratu se manifesta após condenação por calúnia contra servidores públicos de Riachão do Jacuípe “Estou desempregada. Não tenho dinheiro para pagar!”

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Após a justiça determinar o cumprimento de pena da ex repórter da TV Aratu, a jornalista de Riachão do Jacuípe, Raquel Alana Rocha e o bacharel em Direito, Ailton Silva por calúnia contra alguns funcionários públicos do município durante um programa de rádio, a profissional de comunicação resolveu se manifestar.

Segundo o site Bahia On, tudo começou no dia 25 de março de 2021, quando a jornalista Alana Rocha e o bacharel em direito, sem provas, afirmaram em um programa de rádio que os engenheiros da prefeitura estariam usando a influência com o atual prefeito de Riachão do Jacuípe, Carlos Matos, para burlar o sistema licitatório e que um dos rapazes iria embolsar verba pública, (de uma licitação) no valor de R$ 30.197,14 (trinta mil cento e noventa e sete reais e quatorze centavos).

Ainda de acordo com o processo, os réus incitavam que a família da autora do processo, estaria também em conluio para a prática dispensa ilícita de licitação, o que configura crime contra órgão público.

Com a condenação, Alana e Ailton, devem pagar aos autores da ação o valor de mais de R$ 13 mil, detenção de 8 meses em regime aberto, que deverá ser revertido em prestação de serviços à comunidade, multa no montante de quarenta dias/multa, sendo que cada dia/multa equivalerá a um trigésimo do salário mínimo do ano de 2021 (aproximadamente R$ 1.466,00).

Os dois tentaram recurso e embargo, mas ambos os mecanismos judiciais não foram providos pelo Juízo

Em entrevista ao site Caldeirão do Paulão, Alana disse que a autora do processo é sua prima e apenas questionou o motivo da licitação ser destinada ao genro da sua familiar.Ela considerou injusta a decisão do Poder Judiciário

“Na época questionei o motivo que o hospital foi devolvido todo bonito a população e mesmo assim foi aberta uma licitação a qual informava que precisava de uma reforma com o valor tão alto, com uma empresa de fora e não de Riachão do Jacuípe. No caso, essa empresa pertencia aos familiares da autora do processo! Ela pegou conversa de rua e disse que nem se quer escutava meu programa no rádio, informando na frente do juiz que causei constrangimento pelo questionamento. Portanto, achei muito injusto a decisão do Juízo! Todo cidadão tem ampla defesa e esse processo nem foi para a segunda instância”, lamenta.

Ela contou ainda que o judiciário indeferiu o recurso pois, sentenciou que tinha um erro na apresentação de sua defesa, acelerando o processo da condenação.

“Acredito que foi tirado meu direito de defesa e do meu amigo além, da censura contra meus questionamentos. Tenho convicção que foi uma perseguição politica por parte do gestor atual pois, sou incisiva em perguntar situações que ocorrem na prefeitura e provavelmente são as dúvidas do povo. Para se ter noção, além desse processo dos funcionários da prefeitura a qual fui condenada, tenho cinco processos que o prefeito moveu contra mim. Nesse tocante, fico me perguntando até que ponto vão tentar calar a voz da imprensa que faz reflexões para serem debatidos com os habitantes¿ É mais fácil usar a ferramenta judicial para nos silenciar”, relata.

Questionada sobre o valor da condenação, Alana informou que não possui condições financeiras para arcar pois, ficou desempregada após toda essa confusão.

“Foi informado por alguns amigos que pode ocorrer o bloqueio de contas ou até dos bens, mas, não possuo nada em meu nome e tão pouco tenho dinheiro em minha conta bancária pois, perdi o emprego. Estou me sustentando com ajuda da minha mãe! Acho desumano o que estão fazendo comigo e meu amigo! O prefeito e as pessoas que estão ligadas a ele tentam distorcer o que falo, me colocando em papel de ‘carrasca’ e irresponsável. Por muitas vezes usam da transfobia por eu ser uma mulher trans afim de tentar manchar e ridicularizar meu trabalho. A ética do jornalismo nos ensina a todo instante como devemos nos portar e jamais farei de mal uso essa profissão que eu amo e fui acolhida”, finaliza.

Procuramos a autora do processo Daniela Cordeiro para saber mais detalhes sobre a acusação do processo, mas, não obtivemos retorno.

Redação
Foto: Arquivo pessoal

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