É prematuro apontar demissão de Moro, opina Neto após vazamento de conversas do ministro

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Ao frisar que é preciso ter cautela antes de julgar as conversas reveladas entre o ministro Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, o prefeito ACM Neto (DEM) defende que é cedo para falar em uma eventual saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Para ele, é prematuro dizer isso. “Nós não sabemos se tudo que foi vazado é tudo que existe, então, eu acho que é prematuro chegar a essa decisão de que o Moro tem que pedir demissão. É preciso primeiro aguardar os fatos, ver o alcance, a extensão desses fatos. É preciso saber se ele cometeu algum tipo de ilegalidade ou não pra depois a gente julgar”, opinou o prefeito em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (10).

Os diálogos em questão demonstram a proximidade entre Moro, quando ocupava o posto de juiz relator da Operação Lava Jato, e Dallagnol, que coordena a Força-Tarefa da operação no Ministério Público Federal (MPF). De acordo com a reportagem do site The Intercept Brasil, o então juiz aconselhou o procurador sobre como ele deveria proceder na condução de investigações, discutiu estratégias com ele e lhe adiantou ao menos uma decisão .

Mas, apesar do teor das mensagens e da popularidade de Moro no governo de Jair Bolsonaro (PSL), Neto acredita que isso não terá impacto no projeto de reforma da Previdência, principal pauta da gestão. “Eu acho que não [prejudica] porque o patrono da reforma da Previdência é o ministro Paulo Guedes pelo lado do governo e pelo lado do Congresso, todo mundo sabe que Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre estão defendendo muito firmemente o avanço da reforma. Eu tenho conversado sempre com deputados e senadores e eu sinto que o clima é de apoio crescente à reforma, mesmo sabendo que existem alguns pontos que geram contrariedade”, pontua.

Sua proximidade com o Congresso se deve ao fato de que, além de ser prefeito de Salvador, Neto ocupa hoje o posto de presidente nacional do Democratas. A favor do projeto de reforma, ele se une ao coro que defende a revisão de pontos como a diminuição do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e as mudanças na aposentadoria rural. Atualmente, a reforma tramita na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.

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