“É caso de polícia, um verdadeiro genocídio”; Vereadores da Comissão de Saúde da Câmara se revoltam com situação do transporte público em visita ao Terminal Central

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A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, composta pelos Edis, Emerson Minho (DC), presidente, Luiz da Feira (PROS), vice-presidente, e Paulão do Caldeirão (PSC), membro, visitaram na manhã desta sexta-feira(12), o Terminal de Transbordo Central, e testemunharam, o verdadeiro descaso ao cidadão, que acontece no transporte público da cidade.

Os vereadores puderam constatar, as diversas denúncias feitas pela população. Uma delas é que, o maior foco de aglomerações, e por consequência, contágio por covid-19, são os ônibus do transporte coletivo, os quais, segundo entrevistados, a prefeitura não tem prestado a devida atenção. “O prefeito deveria estar aqui, deveria olhar e fazer melhor para a população”, conta a doméstica, Rejane Lima.

O edil Luiz da Feira, se espantou com a falta de medidas mínimas contra a covid-19 no Transbordo Central. “Não se tem um álcool gel em lugar nenhum, um medidor de temperatura, nada, as cadeiras não estão com distanciamento, e as pessoas se aglomeram nos pontos e nos ônibus, é um verdadeiro descaso”, contou Luis.

Os ônibus andam cada vez mais lotados, devido a diminuição da frota, que aconteceu por conta do fechamento do comercio no ano passado. Entretanto, com a retomada das atividades, a frota não foi restabelecida para acompanhar a demanda da população. As empresas responsáveis e Secretaria de Transporte, mantem a frota reduzida, alegando falta de passageiros e dificuldades financeiras.

Imagens que circulam todos os dias, entretanto, contestam essas afirmações. O que se vê são ônibus lotados, empurra-empurra, e aglomerações dentro dos transportes. “As empresas dizem que não tem passageiros, e esse tanto de gente é o que? Nesse horário pela manhã já é assim, 5h que está todo mundo voltando pra casa, cansado do trabalho, é ainda pior. Não existe falta de passageiro, existe excesso, as pessoas ficam espremidas como em uma “lata de sardinha””, questiona o operador de telemarketing, Rogério Ribeiro.

Paulão do Caldeirão se revoltou com a situação, e enfrentando o risco de contaminação, entrou na multidão para ouvir as pessoas, em uma atitude que relembrou seus dias como repórter de rua. “Eu não aguentei, ver meu povo sofrendo ali, isso é caso de polícia, é um verdadeiro genocídio. As empresas, e o governo do município precisam tomar uma atitude, a população sofre, e a covid se alastra. O ministério público já acionou a prefeitura a dar explicações, e isso tem que ser feito com urgência”, exclamou o ex-repórter, que hoje ocupa uma cadeira na casa da cidadania.

Outra reivindicação, é a falta de higienização dos transportes, principalmente nos ônibus que transitam nos distritos e localidades mais distantes do centro, que não é feito nenhum tipo de descontaminação dos veículos antes ou após o embarque. No momento da reportagem apenas um profissional de desinfecção foi visto, e o mesmo desinfetou apenas um transporte, este, que estava parado e vazio, pois ainda não era seu horário de saída, mas outros transportes que chegavam e saiam não eram desinfetados.

O presidente da comissão, se surpreendeu em não ver fiscais da prefeitura supervisionando o terminal, para assegurar o cumprimento das medidas contra a Covid-19. “Não vimos um fiscal da prefeitura, ninguém supervisionando, assegurando que as medidas sejam cumpridas. Nós da comissão inclusive entramos junto com a população em um dos ônibus, nos arriscamos, para ver de perto o sofrimento passado pelo cidadão, e assim, fazer com que medidas sejam tomadas”, contou.

O vereador Paulão ainda prometeu entrar com requerimento na câmara, para solicitar um posicionamento da prefeitura, sobre a situação dos transportes. “Nós da comissão, iremos fazer uma reunião, e aprontar um requerimento conjunto, pedindo que sejam tomadas medidas para corrigir essa situação, isso é um crime, o cidadão feirense precisa de um transporte digno. Espero apenas que o requerimento não seja negado, não é hora para guerras políticas, o povo é quem perde com isso”, afirmou.

Recentemente outros vereadores entraram com requerimentos, para divulgação de dados sobre a auditoria feita, para investigar o transporte público de Feira de Santana, mas estes foram negados em votação.

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