O empresário Ricardo Pessoa, um dos principais personagens da Operação Lava Jato —que investiga corrupção na Petrobras–, começou o ano mais leve. Ficou livre da tornozeleira eletrônica e acertou a renegociação da dívida de R$ 1,2 bilhão de sua empresa, a UTC, com bancos.
O sensor na canela, usado desde que ele deixou a cadeia, em abril, foi retirado com autorização da Justiça. Mas o empresário continua sendo monitorado e precisa de permissão judicial quando quiser sair do perímetro da cidade de São Paulo.
A UTC de Pessoa também será monitorada, mas pelos bancos credores que, depois de um ano de negociação, aceitaram alongar o vencimento do débito da empresa por cerca de três anos.
Esse prazo pode ficar até maior, desde que a UTC cumpra condições combinadas com seus credores —Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil são os principais.
A UTC se comprometeu a insistir na tentativa de vender patrimônio para abater sua dívida —agora com mais fôlego. Seu ativo mais vistoso, a participação de 23% no aeroporto de Viracopos, em Campinas, já está à venda.
Com a renegociação, a UTC se torna a primeira empreiteira envolvida no petrolão a acertar seus ponteiros com os bancos. Para ser oficialmente sacramentada, a operação depende da redação final dos contratos e de seus registros em cartório.
Único dono de empreiteira denunciado na Lava Jato com autorização da Justiça para voltar ao trabalho, Ricardo Pessoa não lida diretamente com os credores, mas dá a palavra final nos movimentos de seus funcionários.