Debate com os candidatos ao Senado tem troca de acusações

340x255_candidatos-ao-senado-debate-na-tv-aratu_1450671

340x255_candidatos-ao-senado-debate-na-tv-aratu_1450671

O primeiro bloco do debate entre os candidatos para o Senado, no projeto Vota Bahia –  que reúne os grupos A Tarde, Métropole e TV Aratu,  transmissora do embate –  começou em temperatura alta. A primeira pergunta, que foi dirgida a todos os candidatos, sobre a opinião que possuem em relação ao salário de pouco mais de R$ 26 mil que recebe um senador em comparação com o salário mínimo, acabou gerando até pedido de direito de resposta feito pelos candidatos Geddel Vieira Lima (PMDB) e Otto Alencar (PSD).

Os dois disseram ter se sentido atingidos por uma declaração do candidato Marcelo Evangelista (PEN),que faz parte da coligação da chapa  encabeçada por Da Luz (PRTB), em sua resposta. Evangelista afirmou que ambos faziam parte da “máquina de corrupção de Brasília”.

“Brasília não pode ser lugar de patrões, mas lugar de pessoas que vão trabalhar. Se eu consigo sobreviver com salário mínimo não é o caso de vocês, que têm salário altíssimo, fazendo parte da máquina de corrupção”, disse Marcelo Evangelista.

Imediatamente, tanto Otto como Geddel pediram direito de resposta, sendo atendidos: “Eu venho aqui para debater minhas ideias,  o que desejo, e não para acusar. Usar de palavras dizendo que tem participação em corrupção sem mostrar provas é leviano. Deploro isso e rechaço completamente a fala do Marcelo Evangelista. Tenho a vida limpa e não vou aceitar coisas dessa natureza”, afirmou Otto.

Geddel também foi duro: “O que ele disse, levianamente, é que eu e Otto Alencar participamos há 20 anos de esquema de corrupção em Brasília. Quero repelir e fazer apelo para que o debate permaneça no que interessa às pessoas. Se for repetido,  que mereça repulsa”.

Críticas

Em outros momentos do primeiro bloco do debate, praticamente todos os candidatos fizeram críticas diretas ou indiretas a Otto Alencar, principalmente a partir de questões relacionadas à saúde pública e transporte, com ênfase no sistema ferryboat. Os ataques mais duros foram os do candidato Geddel ,que utilizou, para isso, uma pergunta direcionada a Eliana Calmon (PSB).

A questão, inclusive, provocou um rápido desconforto com o apresentador Casemiro Neto, que reclamou de que Geddel estaria utilizando o tempo de resposta da candidata Eliana Calmon para fazer as acusações. Chegou-se a cogitar cortar o microfone do candidato Geddel.

Logo em seguida, a partir de uma pergunta de Otto Alencar, o candidato do PMDB disse que tem documentos que questionam a legalidade da licitação para o sistema ferryboat.

Otto Alencar se defendeu afirmando que há parecer de órgãos como Ministério Público que garantem total lisura do proceso de licitação,  diferente de Geddel, que teve indicados para a Agerba “saindo algemados”.

Geddel retrucou dizendo que aconteceu um caso de grampo,  que Otto conhecia muito por fazer parte do governo que praticou algo parecido, referindo-se ao chamado “Escândalo dos Grampos”, ocorrido em 2003, durante o governo César Borges.

Geddel retrucou referindo-se a um processo que envolve Eudardo Alencar, prefeito de Simões Filho e irmão de Otto, ao que se seguiu um bate-boca entre os dois só contido com a intervenção do apresentador Casemiro Neto.

Em mais um embate com Marcelo Evangelista, que disse que Otto representava o “Partido dos Pinóquios”, o candidato do PSB disse que o oponente só tinha ido ao debate para agredir e que deveria “estar no MMA”.

Segundo bloco

Na segunda e última parte do debate,  os candidatos adotaram um tom mais ameno, com exceção de Marcelo Evangelista que continuou utilizando o tempo para tecer duras críticas  principalmente à coligação encabeçada pelo PT, que tem Otto Alencar como candidato ao Senado.

Primeiro a fazer as consideações finais, Otto Alencar reforçou suas principais propostas que são a revisão do fator previdenciário e as reformas tributária e política. “As minhas colocações são muito claras. Tenho um história de trabalho e realizações”, disse.

Eliana Calmon criticou as pesquisas e pediu aos eleitores que não deem o voto útil, ou seja, nos candidatos que lideram os levantamentos de intenção de voto.”Não há nada de novo. O que temos é o velho de mais de 20 anos. Figurinhas carimbadas. Façam com que a democracia seja bem exercida para o bem do Brasil e da Bahia”.

Marcelo Evangelista pediu apoio para combater o modelo de governo que classifou de “eixo do mal” e insinuou que os dois grupos políticos – PT e DEM- embora não tenha citado as siglas, erraram. “A Bahia precisa do pedido de perdão deles”, completou.

Geddel reforçou a ideia de que o seu compromisso será brigar pelos interesses da Bahia no Senado e lembrou da sua dobradinha com o candidato ao governo Paulo Souto (DEM). “Estou na caminhada com Paulo Souto que é quem tem capacidade e experiência para nos ajudar a enfrentar os problemas”.

O candidato do PSOL, Hamilton Assis afirmou que o debate foi importante para mostrar que seus adversários não têm propostas significativas e pediu ajuda para se tornar o primeiro senador negro pela Bahia. “Eles continuam com o lenga lenga”, acrescentou.

OUTRAS NOTÍCIAS