CBF quer Tite por mais 4 anos; técnico e cartolas programam conversa pós-Copa

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Tite por mais quatro anos. Há uma Copa do Mundo pelo caminho, mas é esse o desejo da CBF às vésperas do Mundial da Rússia. Os dirigentes da entidade que comanda o futebol brasileiro procuraram o treinador, através do seu empresário, para manifestar a vontade de permanecer com o trabalho do técnico e de sua comissão até a próxima Copa, no Catar, em 2022.

A ideia atrai Tite, mas, completamente focado no Mundial, o comandante só quer saber de qualquer conversa agora depois da Copa – a princípio para meados de agosto. O último contato foi às vésperas do treinador reunir a Seleção na Granja Comary. No fim do ano passado, seu empresário Gilmar Veloz já havia sido procurado pela CBF sobre a intenção na permanência de Tite – Rogério Caboclo, eleito presidente da CBF, é quem conduz a negociação para tê-lo em outro ciclo de Copa do Mundo.

– Antes, quando eles (CBF) haviam procurado, o Tite queria focar nas Eliminatórias. Depois, o Tite entendeu que estava em cima da convocação final. Sempre houve ótima relação com o Del Nero (ex-presidente) e com o Rogério (Caboclo, presidente eleito). E sempre falaram da renovação independentemente dos resultados. Isso está muito claro para o Tite e para todos – disse ao GloboEsporte.com o empresário de Tite, Gilmar Veloz.

Apenas Zagallo e Telê treinaram Brasil em duas Copas seguidas

Embora reconheça – e lamente – que a cultura do futebol brasileiro é contraproducente a períodos longos de treinadores, Tite é entusiasta de ciclos deste tipo, algo incomum na história da amarelinha. Apenas Zagallo (1970 a 1974) permaneceu no cargo entre duas Copas. Telê Santana foi técnico do Brasil nos mundiais de 1982 e 1986, mas Parreira, Edu Coimbra e Evaristo de Macedo comandaram a Seleção até Telê retornar na Copa do México.

Na Alemanha, Joachim Low é técnico há 12 anos e teve contrato renovado até 2022; Vicente del Bosque foi treinador da Espanha por oito anos. Na América do Sul, exemplo mais raro é o de Oscar Tabárez, no comando do Uruguai desde 2006.

A CBF reconhece em Tite o melhor profissional para seguir a renovação do futebol brasileiro – vem por ai geração com Vinicius Junior, Lucas Paquetá, Paulinho e companhia. Desde junho de 2016 no comando da Seleção, Tite impressionou os cartolas da entidade nos dois anos no cargo. O técnico também reconhece todo o esforço em atender desejos e pedidos da comissão para a seleção brasileira.

– Tudo que a gente pediu para o Del Nero, na época, para o futuro presidente, que era o CEO da CBF, nós recebemos. Nós tivemos todo o apoio, todo o esforço deles. Só temos a agradecer e fazer o trabalho para o qual o Tite foi contratado. Agora é hora de focar no trabalho e nos objetivos – lembrou o empresário de Tite.

Na comissão técnica de Tite, há avaliação de que o trabalho na seleção pode ser melhor com um ciclo inteiro, com mais observações e estudos de jogadores. Mesmo feliz com o interesse, o técnico da Seleção ainda é reticente pelos resultados e reações que a perda de uma Copa do Mundo pode gerar. Por outro lado, a possibilidade de trabalhar na Europa, em países cujo idioma ele domina – Itália, Espanha e Portugal – empolga, mas a maior parte de sua comissão técnica torce para que tenha seu contrato estendido por mais quatro anos na Seleção.

 

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