Avó de Micaelly é investigada por possível omissão, diz delegado

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A Polícia Civil de São Paulo quer saber agora qual a participação dos suspeitos na morte de Micaelly Luiza de Souza Santos, de 3 anos. São investigados pelo homicídio a mãe Isadora Pereira de Souza, de 20 anos, e o padrasto da menina Ewerton Queiroz Lourenço, de 30 anos. A avó materna também é investigada por uma possível omissão, uma vez entregou a garota aos cuidados da mãe apesar de já estar com a guarda provisória por 6 meses da neta.

Segundo o delegado seccional de Itaquera, Jorge Carrasco, a avó é “uma pessoa muito humilde, pouco esclarecida, que pode não ter compreendido as orientações do Conselho Tutelar”. O fato ainda será apurado.

A polícia instaurou um inquérito ainda no dia 5 de novembro, data em que a garotinha deu entrada no Hospital Tide Setúbal, na zona leste, com lesões que indicavam maus-tratos. “Determinei que fosse imediatamente acionado o Conselho Tutelar para que ele acompanhasse a criança. Naquele momento, o órgão não entendeu que havia necessidade de uma medida protetiva porque a garota permaneceu internada até o dia 18”, explicou o delegado Sidney Ricardo Grilli, do 22º DP (São Miguel Paulista).

No período, a mãe esteve no hospital com a filha até porque não havia nenhuma determinação judicial para que ela não tivesse contato com Micaelly. A alta médica foi assinada pela avó materna, que estava acompanhada da mãe da criança.

Até então, a polícia disse que não havia sido avisada por outros hospitais ou pela família sobre outras agressões. Mas cada vez a criança era levada para um hospital diferente, o que pode indicar que o casal não queria que os maus-tratos fossem investigados.

No dia seguinte à alta médica (19), Micaelly foi levada já sem vida ao hospital Planalto, também na zona leste. “Havia dois policiais militares no hospital que foram acionados e, ao tentar chegar ao casal, Isadora e Ewerton saíram por portas diferentes, um indicativo de fuga”, revelou o delegado Grilli. Os dois foram levados para a delegacia e permaneceram presos.

Quando a mãe soube da morte da criança, “teve uma reação fria, pouco emotiva”, contou o delegado. Em depoimento, a mãe nega as agressões e disse que a criança era ativa, que caiu e bateu a cabeça numa mesa de pedra. Versão que foi confirmada pelo padrasto.

Fonte: R7

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