Anúncio de feirão de emprego gera confusão entre candidatos e causa tumulto em Feira de Santana

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Um anúncio sobre a realização do I Feirão do Emprego de Feira de Santana, pela prefeitura da cidade, a cerca de 100 km de Salvador, gerou uma confusão na manhã desta quarta-feira (13) na Casa do Trabalhador.

Muitas pessoas se dirigiram ao local em busca de uma oportunidade e saíram de casa ainda na madrugada, mas a maioria não sabia que, para participar da seleção para as vagas disponíveis, era preciso ter feito cadastro prévio e estar com uma carta para entrevista em mãos. As cartas de encaminhamento para entrevista, segundo a prefeitura, tinham sido esgotadas na segunda-feira (12).

Houve protestos no local de pessoas que ficaram revoltadas e, por conta da situação, até o trânsito ficou congestionado na Rua Castro Alves, onde fica a Casa do Trabalhador, e nas imediações.

A atendente Daniela Batista disse que viu o anúncio das vagas de emprego nas redes sociais, mas afirma que não foi informada sobre a necessidade de estar com uma carta para entrevista.

Muitos moradores foram para o meio da rua protestar e trânsito ficou lento — Foto: Reprodução/TV Subaé

“Todo mundo está aqui desde a madrugada. Uma menina foi assaltada vindo para cá. Eu cheguei aqui as 5h da manhã e tem gente aqui que tá desde 1h da manhã. Está em todas as redes sociais que iria ter o feirão hoje aqui, mas o cartaz tá dizendo que as vagas estão encerradas. Não teve vaga nenhuma, não atenderam ninguém. Disseram que só iriam atender quem teve carta, mas que carta? Todo mundo tá vindo aqui a semana toda e a gente não sabe de onde saiu essa carta”, destacou Daniela, que afirmou estar desempregada há dois anos.

A dona de casa Geise Nascimento também foi de madrugada para o local e disse que, no trajeto, chegou a ser assaltada. No final, também disse não ter conseguido nenhuma vaga.

“Acordei 4h da manhã, larguei minha filha em casa e vim em busca de trabalho. No meio do caminho, fui assaltada, recebi arma na cara e, quando cheguei aqui, achei o portão fechado. Um descaso com o trabalhador. A população em busca de trabalho e nada, nenhuma solução. Agora, sem celular, sem trabalho e sem nada. E agora, vai acontecer o quê? Foi fake news, não é? Como é que bota uma mensagem lá e a gente vem em busca de trabalho e não tem?”, reclamou.

Atendente Daniela Batista diz que não encontrou vagas de emprego no local — Foto: Reprodução/TV Subaé

Atendente Daniela Batista diz que não encontrou vagas de emprego no local — Foto: Reprodução/TV Subaé

O vigilante Hercules Brito também reclamou bastante da situação.

“Eu cheguei aqui 2h da manhã e agora estão chegando algumas pessoas com essa carta que ele falou e essas pessoas estão tendo acesso e a população que parou aqui o trânsito, que está se mobilizando, não vai ser atendida. Isso é revoltante, porque se trata de um anúncio no qual você vai passar por uma seleção e quando você chega aqui, você nem vai ser atendido”, destacou o homem, que está há oito meses em busca de uma vaga no mercado de trabalho.

O diretor da Casa do Trabalhador, Arlindo Marques, disse que 200 pessoas foram inseridas no mercado de trabalho e que, mesmo com o tumulto, conseguiu atender todas as pessoas que se dirigiram ao local.

“Foi uma operação exitosa, foi muito bem sucedida, porque encaminhamos ao mercado de trabalho mais de 200 pessoas. Essas cartas de encaminhamento para entrevistas se encerraram na segunda-feira e não tinha mais vaga. E apareceu um número maior. Então, nós atendemos todo mundo e de 10h30 para 11h não tinha mais ninguém para ser atendido. Conseguimos atender todo mundo que estava esperando, além das 200 pessoas. Consegui agendar algumas também para os próximos dias, de forma que todo mundo foi atendido. Mas teve um grupo que tinha outro objetivo, não estava em busca de emprego e ajudou a tumultuar. Mas foi controlado”, afirmou.

Por meio de nota, a prefeitura informou, ainda, que além das vagas reservadas às pessoas que se encontravam previamente cadastradas, novas oportunidades de empregos também foram estendidas a candidatos não cadastrados, o que foi possível graças à mediação da Casa do Trabalhador com as empresas envolvidas.

Sobre a confusão, a prefeitura disse que houve um “incidente pontual provocado por dois candidatos, inconformados ao ser informados que as vagas haviam sido esgotadas, (situação prontamente controlado pelos coordenadores), o I Feirão do Emprego de Feira de Santana foi considerado um sucesso”.

Fonte: G1

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