O que aprendi com a crise: Pequenos empresários contam suas lições para empreender e enfrentar a crise provocada pela pandemia

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A crise causada pela pandemia do coronavírus atingiu diretamente o negócio de pequenos empreendedores e muitos precisaram mudar totalmente a área de atuação.

Teve também quem começou a empreender exatamente durante a crise, aproveitando a mudança no comportamento de consumo e o aumento na busca por comidinhas caseiras.

G1 conversou com 4 empreendedoras que precisaram se reinventar nos últimos meses.

As principais lições que aprenderam com as mudanças foram:

  • Manter o negócio enxuto, sem funcionários e com poucos gastos;
  • A importância da divulgação boca a boca;
  • Vendas pelo Instagram e pelo WhatsApp;
  • Estudar e buscar cursos sobre a nova atuação;

De MEI para microempresa

Ana Rosa Guedes resolveu empreender durante a pandemia. Largou o emprego no RH de uma empresa para se tornar sócia em uma padaria artesanal, a Miolo Mole, em São Paulo. Seu primo, o padeiro Rodrigo Leal Laranjeira, tinha aberto a loja poucos dias antes da chegada da Covid-19, mas o negócio não estava indo bem.

Juntos, eles reformularam a padaria e viram o faturamento aumentar 4 vezes nos últimos 10 meses. Com esse crescimento, eles tiveram que mudar até a categoria do negócio de Microempreendedor Individual (MEI) para microempresa.

Um fator decisivo para essa guinada foi a troca de endereço para um local com maior circulação de pessoas e em um bairro com maior poder aquisitivo, em outubro de 2020.

“Tínhamos plano de mídia, mas acabamos segurando por conta da alta demanda. Vamos deixar no boca a boca, de forma orgânica e sustentável”, conta Ana.

Com a alta nas vendas, a padaria precisaria contratar dois funcionários, mas por conta da pandemia, os sócios optaram por manter o negócio enxuto. O que não significa que não queiram crescer ainda mais.

“Em dois anos queremos criar uma marca para ser franquia. A gente vai se adaptar e virar uma fábrica e distribuir para outras lojas”, explica a empresária.

Para Ana, a pandemia ajuda nas vendas porque as pessoas estão saindo menos e comprando mais comida para comer em casa. Mas é também a crise que tem desacelerado o crescimento da empresa.

“A circulação de pessoas é menor e elas estão com medo de gastar. Se não tivéssemos no meio da pandemia, imagino que a padaria teria deslanchado mais”.

Mudança total no trabalho

Meire Zavagli é dona de duas vans de transporte escolar. Ela é motorista e transporta crianças de um colégio em Osasco, na Grande São Paulo, que até hoje mantém as aulas virtuais. Desde a chegada da pandemia, não pode mais exercer seu trabalho.

Com a ajuda de pais que continuaram pagando a mensalidade por algum tempo e com uma reserva de dinheiro que tinha, conseguiu se manter em 2020. Ela também pagou integralmente o salário de três funcionárias – uma motorista e duas monitoras – até outubro.

Em janeiro deste ano, sem previsão de conseguir voltar a atuar na sua área, Meire decidiu empreender em algo novo e lançou a Meirita Petiscos Gourmet, onde vende comidinhas árabes para compartilhar.

“A gente não teve ajuda de ninguém, nem do governo. Eu estava desesperada, então arregacei as mangas e fui fazer. Sou descendente de libaneses e resolvi vender comidas árabes que faziam sucesso aqui em casa”, conta Meire.

Para deixar o cardápio mais diverso, foi aprender novas receitas na internet. Ela oferece mais de 10 opções, como quibe cru, esfirra, homus e babaganuche, pastinhas árabes tradicionais. Recentemente, incluiu pães recheados na lista. Ela mesma faz as entregas na casa dos clientes.

Informações: G1

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