7 de cada 10 alunos do ensino médio têm nível insuficiente em português e matemática, diz MEC

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Sete de cada dez alunos do 3º ano do ensino médio têm nível insuficiente em português e matemática. Entre os estudantes desta etapa de ensino, só cerca de 2% têm conhecimento avançado nestas disciplinas. É o que mostram os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 divulgados pelo Ministério da Educação nesta quinta-feira (30).

O Saeb é a avaliação utilizada pelo governo federal, a cada dois anos, para medir a aprendizagem dos alunos aos finais de cada etapa de ensino: ao 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. O sistema é composto pelas médias de proficiências em português e matemática extraídas da Prova Brasil, e pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que ainda não foi divulgado.

Pela primeira vez, o MEC dividiu os índices em níveis de proficiência em uma escala de 0 a 9 – quanto menor o número, pior o resultado. Níveis de 0 a 3 são considerados insuficientes; entre 4 e 6 os alunos têm nível de conhecimento básico; e a partir de 7, avançado.

A etapa mais problemática da educação básica, o ensino médio foi classificado no nível 2 de proficiência. Tanto em português como em matemática, 70% dos alunos do ensino médio têm nível insuficiente de aprendizado. Desses, 23% estão no nível 0, o mais baixo da escala de proficiência.

Se avaliada a série histórica do Saeb, é possível notar a estagnação do ensino médio. Houve pouca evolução nas médias de proficiência em língua portuguesa desde 2009. Nesta edição do Saeb, a nota foi de 268 pontos, um a mais do registrado em 2009 (veja os gráficos abaixo).

Em matemática, o cenário do ensino médio é ainda pior: houve queda em relação ao registrado em 2009. Em 2009, a média de matemática do ensino médio era de 275 pontos, e em 2017, caiu para 270.

Do ponto de vista pedagógico, em português significa que estes estudantes não conseguem localizar informações explícitas em artigos de opinião ou em resumos, por exemplo. Em matemática, os estudantes que concluem o ensino médio não são capazes de resolver problemas com operações fundamentais com números naturais ou reconhecer o gráfico de função a partir de valores fornecidos em um texto. Estas habilidades fazem parte das matrizes de referência do MEC e são esperadas em estudantes classificados em níveis proficiência superiores ao insuficiente.

O diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, lembra que a faixa etária dos alunos do ensino médio é diferente e requer mais atenção. “A escola não atende a realidade, não temos organização curricular que atenda ao jovem, nem professores com formação ideal ou um currículo com objetivo de aprendizagem.”

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