Artista feirense teve o braço quebrado durante abordagem policial na Micareta de Feira

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O empresário do ramo da música e de entretenimento, Antonio Cerqueira, conhecido como Dyggs teve o braço quebrado no último domingo (26), durante a Micareta de Feira de Santana. Ele afirma que o fato aconteceu durante uma abordagem policial.

Dyggs é reconhecido como coautor do sucesso internacional “Ai se eu te pego”, música que estourou na mídia gravada pelo cantor Michel Teló. Dyggs relata em um áudio que circula por meio do Whatsapp, já veiculado no programa Linha Direta, na Rádio Sociedade, com o radialista Luiz Santos, que estava curtindo o trio com a banda La Furia, junto com a namorada, quando sentiu necessidade de urinar. Não encontrou banheiro por perto e por isso fez xixi em um local próximo a um posto de saúde onde havia um toldo abandonado com madeirites.

“O lugar era mais afastado, procurei um lugar discreto, minha namorada ficou a uns 5 ou 10 metros de mim e aí quando eu estava fazendo xixi, já fui surpreendido com 4 fantadas [pancadas de cassetete], fui chamado de vagabundo e tudo. Eu estava sem camisa, mesmo estando no camarote, mas ela estava amarrada na minha frente, o cara me viu de costas, preto, mijando na parede, pensou logo que era vagabundo e começaram a me bater”, relata.

Ele ainda afirma que tentou se identificar, pediu calma, mas os policiais continuaram investindo na agressão. “Não quiseram saber, já foram puxando meu braço pra trás como eles fazem pra poder levar, quando puxaram pra trás, isso mesmo eu já tendo me identificado e pedido pra eles pegarem minha carteira pra eles olharem, um dos policiais pegou a fanta e deu no meu braço e quebrou meu braço e eu cai no chão na hora. Depois disso não deixei eles me levarem para o posto policial e pedi pra me levarem pro posto de saúde”, relata.

O empresário ainda enfrentou problemas no posto de saúde, onde afirma ter sido maltratado e medicado com um remédio utilizado para anestesiar pacientes. “Lá a médica me atendeu super mal, começou a gritar comigo me mandando calar a boca porque já cheguei falando que meu braço tava quebrado. Aplicaram Diazepam em mim porque disseram que eu estava fazendo muita zoada e nisso minha namorada foi correndo no camarote pra chamar alguém pra me ajudar e nessa brincadeira aí eu fui pegar meu celular pra ligar para o secretário de cultura, que estava comigo alguns momentos antes, quando um policial ouviu e pegou meu celular e tentou quebrar meu iphone 6 plus. Ele tá todo torto aqui, não deixaram eu ligar, pois disseram que eu estava detido. Quando perceberam que realmente eu estava como braço quebrado e que começou a chegar gente que me conhecia, chegou delegado e perceberam a merda que tinham feito, começaram a se afastar e eu fui levado para o hospital para engessar meu braço e estes policiais sumiram, não sei o que aconteceu com eles”.

O empresário critica a ação da Polícia Militar, que classificou como imprudente e questiona como a polícia deve agir com a população em geral. “Minha preocupação é que quando é com uma pessoa que não é conhecida, que não tem instrução, que não sabe nem entende nada, o que é que acontece? Com um cara que é negro, que é da favela, que tá com o cabelo pintado de amarelo, imagino o que acontece com essa pessoa? Eles ainda tentaram pegar a minha identidade, eu falei que eles não podiam levar minha identidade sem mim, mas eles levaram e o delegado tomou deles e me devolveu. Foi uma sequência de absurdos que aconteceu com aquela tropa que atuou naquele momento, específica. Eu passando pelo circuito passava por todos os policiais de Feira, que inclusive me cumprimentavam, me conheciam e tudo mais”, critica.

Antonio Dyggs não registrou boletim de ocorrência. Disse que não quer guardar mágoas e prefere esquecer o fato ocorrido. “Felizmente eu tô bem, não fiz queixa nem nada, continuo sendo um apaixonado por micareta, mas eu acho que vou me afastar um pouco, depois desta situação. Eu não guardo mágoas e acho que tudo tem um propósito, quando acontece alguma coisa ruim a gente tem que procurar guardar só a lição positiva disso. Tô de boa, a vida continua, daqui a uns dias meu braço tá bom”.

Fonte: Tribuna Feirense

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