Vodca “atômica” feita com maçã de Chernobyl é apreendida na Ucrânia

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O primeiro carregamento de Atomik, um destilado feito com maçãs colhidas no distrito de Narodichi, na Ucrânia, foi apreendido na semana passada pela polícia local, a pedido da promotoria de Kiev, capital do país. O recolhimento das garrafas seria um fato corriqueiro, se não fosse um detalhe importante.

As macieiras de Narodichi ficam a cerca de 70km do reator 4 da usina nuclear de Chernobyl, que explodiu em 1986 durante o pior acidente nuclear já registrado na história. Os produtores garantem que a bebida tem um nível irrisório de radiação, mas isso não foi suficiente para convencer os promotores.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, deve visitar
nesta segunda-feira a zona de exclusão de 30 quilômetros ao redor da central
nuclear

empresa também produz uma vodka com o nome Atomik. Anunciadas há pouco menos de dois anos, elas são produto de uma pesquisa liderada pelo cientista britânico Jim Smith, em parceria com empresários ucranianos e a Palinochka, uma das principais destilarias de vodka do país. O lote de 1.500 garrafas do destilado de maçã seria vendido primeiro no Reino Unido.

“Estamos tentando criar um negócio para ajudar a trazer empregos e investimentos para as áreas da Ucrânia afetadas por Chernobyl e nos comprometemos a investir 75% dos lucros. Parecem que estão nos acusando de forjar selos ucranianos para o lacre das garrafas, mas não faz sentido porque usamos os selos do Reino Unido e elas seriam vendidas lá”, reclamou Smith em um comunicado postado no site da empresa.

A Ucrânia recorda nesta segunda-feira (26) o pior acidente
nuclear da história, ocorrido em Chernobyl há 35 anos, que contaminou boa parte
da Europa, mas cuja fábrica atrai atualmente turistas de todo o mundo e que
busca sua inscrição como patrimônio da Unesco

“Estamos tentando criar um negócio para ajudar a trazer empregos e investimentos para as áreas da Ucrânia afetadas por Chernobyl e nos comprometemos a investir 75% dos lucros. Parecem que estão nos acusando de forjar selos ucranianos para o lacre das garrafas, mas não faz sentido porque usamos os selos do Reino Unido e elas seriam vendidas lá”, reclamou Smith em um comunicado postado no site da empresa.

Os fabricantes afirmam que testaram diversas vezes a bebida e que a radiatividade dela “não é maior do que a de nenhuma outra no mercado”. Na fabricação, eles usam água de um aquífero que fica a cerca de 10km de Chernobyl e que também não conteria nenhum traço de contaminação, devido à profundidade.

Durante 10 dias, o combustível nuclear queimou e liberou na
atmosfera elementos radioativos que contaminaram, segundo algumas estimativas,
até 75% da Europa, especialmente as então repúblicas soviéticas da Ucrânia,
Belarus e Rússia

Informações: R7

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